Doutoranda da UFSC desenvolve proposta de educação em saúde bucal para deficientes visuais
As dificuldades visuais provocam algumas limitações no dia-a-dia dos seus portadores. O cuidado com a saúde bucal é uma delas. A partir desta observação Fabiana Oro Cericatto Costa está desenvolvendo sua tese de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Odontologia da UFSC. Para contribuir com este público, onde se incluem desde casos de cegueira total até a baixa visão, está pesquisando um universo de 48 deficientes visuais de uma organização não-governamental de Florianópolis.
A proposta apresentada pela doutoranda é o uso da tecnologia da informação na construção de um programa de educação em saúde bucal. Usando as possibilidades oferecidas pelo computador, Fabiana viabilizará um processo de capacitação e motivação às práticas de promoção de saúde bucal para deficientes visuais. De acordo com a doutoranda, o uso do computador facilita o acesso à informação, e ela destaca tratar-se de um equipamento bastante utilizado por este público. O programa pretende atingir tanto os portadores de deficiência visual quanto os seus cuidadores e professores. A metodologia de aplicação do programa inicialmente avaliará o grau de conhecimento do usuário (ou cuidador) com relação a saúde bucal através de um teste e posteriormente, segundo o score, fornecerá orientações direcionadas ao seu grau de necessidade.
Durante a fase de levantamento de dados a doutoranda averiguou o conhecimento popular, a percepção e as práticas cotidianas referentes aos cuidados com esta região através da aplicação de um questionário pré-testado. O universo pesquisado era composto por um público com idade média de 31,6 anos, dos quais 54% eram portadores de cegueira total e 46% de visão subnormal.
Fabiana usou como ponto de partida para desenvolver sua tese a dissertação de mestrado de Graziela Oro Cericatto. Na dissertação a outra acadêmica observa o pouco conhecimento da população que estudou com relação ao flúor e a respeito da percepção da placa bacteriana, relatada principalmente pelo mau hálito.
Outros dados coletados na dissertação pesquisada por Fabiana mostram que a maioria só procura atendimento odontológico quando possui algum problema na boca, e que grande parte deste público apresentava escovação inadequada quanto à capacidade de remoção de controle de placa, sendo uma grande dificuldade encontrada o uso do fio dental, que é realizado por cerca de apenas 8% da população. Escovação dentária mais do que duas vezes por dia foi relatada só em 70.83% da amostra.
Outras informações são obtidas através dos e-mails: fabicericato@ccs.ufsc.br, gracericato@ig.com.br
Por Mara Paiva/jornalista da Agecom
Outras informações são obtidas através do e-mail fabicericato@ccs.ufsc.br
Por Mara Paiva/Jornalista da Agecom