Nem só de gestos se compõe a língua de sinais

10/10/2008 10:53

Com a palestra Proficiência Lingüística dos Intérpretes da Língua de Sinais: o olhar dos avaliadores a professora Maria Cristina Pires Pereira, da Universidade Federal de Santa Catarina, iniciou a programação da tarde de hoje(09/10) o Congresso Nacional de Pesquisa em Interpretação e Tradução de Língua de Sinais.

A professora apresentou para um público de cerca de quatrocentas pessoas as conclusões obtidas através da investigação dos critérios utilizados pelos membros das bancas de avaliação para conferir proficiência na língua de sinais. Sua proposta é tentar definir o que, na sinalização dessas pessoas, indica que elas falam bem ou não a língua. Os aspectos considerados por Maria Cristina mostraram que ainda há muito a ser investigado sobre o assunto, devido à complexidade presente nessa avaliação, em que entram em consideração aspectos como a prosódia, a expressão, o andamento, a articulação e fatores sociolingüísticos.

Os dados apresentados pela professora são conclusões obtidas através de dissertação, defendida por ela em 2008, na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) com o título “Testes de proficiência lingüística em Línguas de Sinais: as possibilidades para os intérpretes de Libras”. A pesquisa representou uma abertura no caminho de Maria Cristina para estudos futuros, que agora pretende analisar itens como a falta de consenso sobre as terminologias; a definição do que significa falar bem; a necessidade de rever a metodologia de ensino para os ouvintes e, em relação aos interpretes da língua de sinais, a necessidade de se criar nos cursos um novo módulo com informações específicas para a categoria.

Por Maiva Paiva/ Jornalista na Agecom

Foto: Jones Bastos