SEMANA OUSADA DE ARTES: universidade tem show de Arrigo Barnabé e Tetê Espíndola
Após a abertura oficial, às 19h30min desta terça-feira, no auditório do Centro de Cultura e Eventos, a programação da Semana Ousada de Artes da UFSC e Udesc reserva uma atração especial: o show de Arrigo Barnabé e Tetê Espíndola. O espetáculo será no mesmo local, no campus da Trindade, e oferecerá aos presentes a oportunidade de conhecer um pouco da trajetória de um dos músicos mais importantes das últimas décadas no Brasil e de uma cantora com quase 30 anos de carreira que traz na bagagem as influências rítmicas e sonoras do Centro-oeste brasileiro.
Arrigo Barnabé surgiu na cena musical em 1979, ao receber o primeiro prêmio do Festival Universitário da TV Cultura, com a música “Diversões Eletrônicas” (parceria com Regina Porto). Em 1980, lançou o álbum independente “Clara Crocodilo”, marco da vanguarda paulista, apresentando uma fusão entre a música popular urbana e a música erudita contemporânea. Em 1984, com o LP “Tubarões Voadores”, deu início a uma pesquisa para unir música e história em quadrinhos.
Várias vezes premiado, Arrigo apresentou-se em festivais pela Europa e América do Sul. Entre seus trabalhos mais recentes estão a ópera “O homem dos crocodilos”, apresentada em São Paulo, Rio de Janeiro e Buenos Aires (2003), e as trilhas sonoras dos filmes “ED Mort”, de Allain Fraisnot, “Alô”, de Mara Mourão (em parceria com seu irmão Paulo), e “Oriundi”, de Ricardo Bravo (protagonizado por Anthony Quinn), além da música para a peça “Plaidoyer en faveur dês larmes d`Heraclite”, de Bruno Bayen, apresentada no Teatro Nacional de Chaillot, em Paris (junho de 2003).
Em 2004, ele compôs a “Missa In memoriam Itamar Assumpção” apresentada em outubro no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, e lançada em CD em outubro de 2006. Ainda em 2004 escreveu a trilha sonora para o documentário de longa metragem “Doutores da alegria”, de Mara Mourão, que recebeu o prêmio Sesi-Fiesp de melhor trilha sonora. Em 2005, se apresentou como narrador numa versão em português da “Ode a Napoleão” de Arnold Schoenberg, juntamente com o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo e Paulo Braga (piano). Em 2005, também escreveu a ópera “Enquanto estiverem acesos os avisos luminosos”, apresentada no Sesc Ipiranga, em São Paulo.
Arrigo Barnabé é idealizador e apresentador do programa Supertônica, na rádio Cultura FM, premiado em 2005 pela Associação Paulista dos Críticos de Arte como revelação de programa de rádio. Atualmente, é artista-residente na Unicamp, em São Paulo. Há poucos meses realizou a curadoria e direção artística de “Crisantemúsica”, uma série de recitais no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, evento comemorativo dos 100 anos da imigração japonesa no Brasil. Para essa série, Arrigo escreveu “Viver”, música para piano, violino, koto e guitarra elétrica, que teve sua première no dia 20 de maio passado.
Trajetória de sucesso
Tetê Espíndola tornou-se conhecida após vencer o Festival dos Festivais da Rede Globo, em 1985, com a música “Escrito nas estrelas”, mas àquela altura sua carreira já tinha mais de uma década de sucesso junto a um público de bom gosto que gostava de suas criações baseadas no cancioneiro mato-grossense. O primeiro disco, “Tetê e o lírio selvagem”, de 1978, gravado com os irmãos Celito, Alzira e Geraldo, já valorizava os sons da região, as belezas do Centro-oeste e a preservação da natureza.
Membro de uma família de músicos, ela gravou depois “Piraretã” (1980), primeiro disco-solo, já com uma música de Arrigo Barnabé, “Londrina” (1981), um trabalho mais independente, e “Pássaros na garganta” (1982), com letras de grandes compositores da música sertaneja. Após mudar-se para São Paulo e ser revelada para o país, Tetê surgiu como uma nova expressão do cenário musical brasileiro. “Gaiola” (1986) encerrou esta fase, chamando a atenção da crítica pela originalidade das interpretações.
Após um intervalo de oito anos, a cantora voltou com “Só Tetê” (1994), interpretando canções de Tom Jobim, Chico Buarque, Djavan e Itamar Assumpção. “Canção de amor” (1996) comemorou seus 20 anos de carreira, agora já com ampla aceitação popular. “Anahí” (1999) foi gravado ao vivo com a irmã Alzira, e “Vozvoixvoice” (2001), gravado em Paris, teve arranjos de Philippe Kadosch. Depois de outros três discos, ela lançou “A arte de Tetê Espíndola”, coletânea da Universal Music com alguns dos mais importantes sucessos da carreira. “Evaporar”, o disco mais recente (2007), traz Tetê como compositora, reforçando os temas ecológicos e a ligação com as origens pantaneiras.
Ao longo da carreira, Tetê Espíndola também teve participações especiais em discos que homenagearam Ary Barroso e Dolores Duran, num songbook de Chico Buarque, nos CDs “Canções de Tom e Vinícius”, “Duetos”, de Zé Ramalho, e “Alma caipira” e na trilha sonora do filme “O menino maluquinho”.
Mais informações sobre a Semana Ousada de Artes na Secretaria de Cultura e Artes da UFSC podem ser obtidas pelo fone (48) 3721-8304 e pelo e-mail ousadaufscudesc@reitoria.ufsc.br. Na Udesc, os contatos são (48) 3321-8359 e nucleoceart@udesc.br.
A programação completa da semana pode ser vista no site www.semanaousada.ufsc.udesc.bra
Paulo Clovis / Jornalista da Agecom
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