Laboratório usa educação financeira para fomentar o mercado de capitais

02/09/2008 14:31

Vice-reitor Carlos Alberto Justo e Paulo Campos

Vice-reitor Carlos Alberto Justo e Paulo Campos

Sem ir ao mercado, a Petrobras não terá condições de fazer os investimentos necessários para explorar os imensos potenciais do pré-sal, reserva que ocupa uma extensão de 800 quilômetros no litoral brasileiro, estimados preliminarmente em R$ 600 bilhões. Empresa com maior liquidez e volume de negociações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a estatal de petróleo é uma das patrocinadoras do Laboratório de Mercado de Capitais (Labmec), inaugurado nesta terça-feira no Centro Sócio-Econômico da UFSC e que se destina a aproximar estudantes, empresas e profissionais do segmento, que é cada vez mais importante na vida das organizações.

“A Petrobras sempre se preocupou com a educação financeira, que fortalece o mercado de capitais e ajuda as empresas a viabilizar seus negócios”, disse o gerente de Relações com os Investidores da estatal, Paulo Campos, ao explicar porque ela colocou recursos no Labmec. “Os estudantes que participaram do evento são os potenciais investidores, futuros profissionais do mercado e, quem sabe, funcionários da própria Petrobras, que tende a crescer cada vez mais e precisa de especialistas em seu quadro”, afirmou.

Fotos: Jones Bastos/Agecom

Fotos: Jones Bastos/Agecom

Campos fez a palestra “Petrobras: estratégia, crescimento e rentabilidade”, falando sobre a situação da empresa, os investimentos programados, o pré-sal e as relações com os acionistas, que detêm hoje 60% de seu capital. Uma demonstração da rentabilidade das ações no longo prazo é a valorização das aplicações em papéis da Petrobras, que foi de 1.263% nos últimos oito anos, contra cerca de 180% da caderneta de poupança. A estatal teve um lucro de R$ 15,7 bilhões no primeiro semestre deste ano, um incremento de 44% sobre a rentabilidade do mesmo período de 2007. Nos próximos quatro anos, os investimentos da empresa – que tem um milhão de acionistas – são estimados em R$ 112,4 bilhões.

Ao lado da Petrobras, patrocinaram a criação do Labmec o banco Itaú, a Cemig, a Fepese e a CMA. Com ele, a UFSC pretende atender aos alunos, professores e servidores envolvidos com as atividades de pesquisa, elaboração de trabalhos acadêmicos, treinamentos e demonstrações na área da economia. O público externo será beneficiado com cursos, palestras e simulações de aplicações na bolsa de valores e mercadorias. O laboratório possui 34 computadores, monitores e TVs de LCD e data-show.

Requisitos para ser um bom investidor – De acordo com a professora Elizabete Simão Flausino, coordenadora do Labmec, a intenção do grupo que criou o laboratório é “tornar mais conhecido e fomentar o mercado de capitais, especialmente entre os jovens, que serão os futuros investidores”. Conhecendo o mercado e as empresas que operam na bolsa, eles terão mais condições de aplicar seus recursos extras e ganhar, no médio e longo prazos, mais do que se colocassem o dinheiro em caderneta de poupança, CDBs e fundos de renda fixa.

A coordenadora também indica os requisitos para que esses jovens se tornem investidores bem-sucedidos: identificar seu perfil (para saber o que fazer diante das oscilações do mercado), ter uma renda não comprometida para aplicar sem pressa pelo retorno e conhecer o funcionamento do mercado, das bolsas e das empresas. Manter-se bem informado sobre o que acontece em diferentes partes do mundo e ter noção dos riscos embutidos nas aplicações também ajuda a tomar as decisões mais corretas.

O mercado de capitais vem se tornando, cada vez mais, uma boa opção de investimentos para pessoas físicas, como fonte de captação de recursos para financiamento de projetos por parte do setor produtivo. Estudos indicam que do ano 2000 para cá o número de aplicadores individuais passou de 80 mil para 500 mil no Brasil. Isso aumenta a importância do Laboratório de Mercado de Capitais, que já tem cursos e eventos programados para todo o restante do semestre.

Mais informações sobre o laboratório podem ser obtidas com a professora Elizabete Simão Flausino, nos fones (48) 3721-9694 e 9981-9185.

Paulo Clóvis Schmitz / Jornalista na Agecom