Associação comemora o dia do portador de Alzheimer
O Dia Internacional dos Portadores de Alzheimer, 21 de setembro, foi lembrado no Estado com a 12ª edição do Simpósio sobre a Doença de Alzheimer, regional de Santa Catarina, que acontece durante todo o dia de hoje, 19, no auditório da Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina. A abertura contou com autoridades de várias regiões catarinenses e do reitor da UFSC, Alvaro Prata, que destacou a importância do evento, dizendo que vem de uma família longeva e com isso aprendeu a conviver com os idosos.
“Mas naturalmente”, disse, “ainda temos dificuldade de lidar com eles. Precisamos ter mais atenção, compreensão, paciência e amor pelos mais velhos. O cuidado com as pessoas com Alzheimer requer conhecimento e comunhão. Por isso esse simpósio é importante”, concluiu.
A presidente da Associação Regional, Zilda de Fáveri de Souza, ao abrir o simpósio salientou a alegria de ver a universidade colaborando com a causa. Já a presidente do Conselho Municipal do Idoso, Rosalita Maria Bousfielb, afirmou que no Brasil a população de portadores de Alzheimer é de 1,2 milhão, apesar do avanço tecnológico e das pesquisas no setor. “É uma enfermidade que não tem cura e exige muita dedicação dos familiares”, reforçou.
A inexistência de cura foi confirmada pelo neurologista Ylmar Corrêa Neto, que em sua conferência “Avanços no Diagnóstico de Doença de Alzheimer” destacou os avanços da pesquisas apresentados nos congressos internacionais, ressaltando que nada ainda pode ser aplicado no tratamento de pacientes porque não há comprovação da sua eficácia. Segundo o médico, “os exames para detectar a doença estão evoluindo, mas é preciso encontrar formas de tratar o paciente no período intermediário entre a saúde e as primeiras manifestações dos sintomas da enfermidade”. A dificuldade, entretanto, ainda é a identificação precoce do Alzheimer.
A incidência da doença é registrada, em maior escala, em todo mundo, nas mulheres na faixa entre 40 e 90 anos. O Alzheimer é progressivo, tendo como primeira fase a cognição leve – quando apresenta alterações cognitivas, como a falta de palavras numa conversa comum, dificuldade em executar tarefas corriqueiras, como abotoar uma roupa, vestir-se, subir escada ou mesmo abrir porta. Na fase moderada o portador desaprende a ligar aparelhos como televisão ou usar o celular. Já na fase aguda não consegue mais comer sozinho.
Corrêa afirmou que não existe exame que possa identificar com exatidão o Alzheimer, já que a enfermidade tem diversos sintomas semelhantes aos de outras doenças. Os medicamentos compensam as perdas provocadas pela doença por um período que varia entre três a cinco anos. “Isso é muito importante para uma pessoa que tem entre 70 ou 80 anos, pois a qualidade de vida do portador pode melhorar”.
Por José Antônio de Souza/ Jornalista na Agecom
Fotos: Jones Bastos