CED encerra especialização em desenvolvimento territorial
O Centro de Ciência da Educação da UFSC encerrou a primeira edição do Curso de Especialização do Campo e Desenvolvimento Territorial, que formou 43 profissionais de diversas áreas de conhecimento. Iniciado em junho de 2007, teve duração de um ano e meio, com atividades em sala de aula, visitas técnicas e trabalhos práticas. A finalidade do curso foi a de dar oportunidade de estreitamento das relações entre professores, educadores, técnicos e lideranças dos movimentos sociais organizados, ampliando sua capacidade de pesquisa, reflexão teórico-analítica e operacional, preparando-os para atuar na coordenação e implantação de ações educacionais mais dinâmicas.
Coordenado pela professora Célia Regina Vendramini, os alunos são de várias regiões do interior de catarinense e das áreas rurais de estados como Rio Grande do Sul, Tocantins, Maranhão, Bahia, Paraná e São Paulo. O corpo discente foi formado por graduados em pedagogia, engenharia agronômica, história, biologia, ciências sociais, geografia, serviço social, economia doméstica, matemática, engenharia florestal, comunicação social e medicina veterinária. Segundo informação da professora Célia Vendramini, os formandos já têm experiências nas suas regiões de atividades que vêm desenvolvendo na prática, mas que precisavam de um reforço teórico.
Os estudantes foram levados a pensar sobre a educação e suas formas de pesquisa voltadas ao campo. A tônica dos estudos envolveu questões interdisciplinares relacionadas ao meio em que estão inseridos. Eles foram levados a pensar que cidade e campo não são antagônicos. Embora apresentem suas diferenças, têm realidades parecidas. Rogéria Pereira Alba, do município de Francisco Beltrão, no Paraná, ressaltou que com as informações adquiridas no curso teve abertura de pensar a educação de forma mais ampla, abrangendo áreas até então esquecidas. Segundo ela, hoje é visto que cada lugar e cada pessoa têm a sua história. Antes o campo era visto apenas do ponto de vista econômico.
O curso “me abriu a possibilidade de acesso ao crescimento profissional. Isso foi possível por causa da estrutura que a UFSC colocou à disposição dos estudantes durante esse um ano e meio que estivemos aqui”, salientou. A pedagoga Eleusa Camargo Machado, da Uniplac, Lages, destacou que a pós-graduação foi uma espécie de divisor de águas, porque agora começava a ter um conceito diferente. Em relação ao campo, Machado acrescentou que “ele tem pressa de políticas públicas que observem suas especificidades”. A partir da conclusão do curso, Eleusa pretende contribuir mais com o município na elaboração de suas políticas públicas.
Já o engenheiro agrônomo, Ricardo de Souza Carvalho, observou que o curso mostrou uma forma de ver a agricultura numa área primando pela qualidade de vida, e não somente pela produção. Nisso está embutia a visão de como se age nesse meio. Para ele, o curso veio dar um esclarecimento na teoria daquilo que já estava sendo feito na prática, dando assim, uma direção.
Por José Antônio de Souza/jornalista na Agecom