Intercâmbio para ampliar experiências dentro e fora da universidade

21/07/2008 10:27

Anualmente milhares de estudantes de diferentes latitudes do mundo buscam o desafio de fazer um intercâmbio acadêmico, a grande oportunidade de adquirir novas experiências educativas e culturais com universidades tanto no País quanto no exterior.

Os intercâmbios geralmente compreendem um semestre ou um ano acadêmico. Para isso criaram-se, em diferentes partes do mundo, organizações promotoras que contam com uma estrutura de recursos humanos responsáveis pela coordenação e planejamento das atividades. Exemplo disso é a Associação de Universidades Grupo Montevideo (AUGM), uma rede de universidades da América do Sul.

No caso da UFSC, esse suporte é realizado através do Programa Escala Estudantil, coordenado pela atual Secretaria de Relações Institucionais e Internacionais (Sinter), ex-Escritório de Assuntos Internacionais (ESAI) e que movimenta em cada semestre aproximadamente duzentos estudantes da Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai.

O fato econômico, aliás, é um aspecto importante para muitos programas de intercâmbio. Como as universidades dispõem de fundos para programas de intercâmbio, tentam minimizar as dificuldades financeiras dos estudantes.

Intercâmbio em dois níveis – A experiência adquirida pelo intercâmbio oferece um crescimento tanto humano quanto profissional, já que proporciona o conhecimento de diferentes sistemas de educação e a participação de novas gerações de acadêmicos buscando soluções para problemas sociais. Ao mesmo tempo, permite que as universidades de origem e as de destino se integrem, construindo assim laços sociais e educativos, nem sempre visíveis, mas muitas vezes fortes e duradouros.

Caminhando pelas ruas do campus da UFSC, uma universidade que até então só conhecia através do site na internet, Magali, estudante de Ciências Sociais, olhava quase assombrada para todos os lados, os olhos não pestanejavam nunca. Tudo parecia novo, diferente, porque nunca tinha caminhado por esse lugar. De repente, um pouco perdida, ela pergunta “Onde fica o curso de Ciências Sociales?”. Seu interlocutor, compreendendo o sotaque, indica logo o caminho.

Esse “pasmar-se” constante talvez seja uma das impressões que predominam para os estudantes que assumem o desafio de um intercâmbio. O Brasil é anualmente o destino de milhares de intercambistas de diferentes partes do mundo. Acompanhando essa tendência, Florianópolis é receptora de estudantes que chegam da Argentina, Chile, Estados Unidos, Inglaterra, Uruguai, entre outros paises. Os lugares de origem são diferentes, mas as razões que motivam o intercâmbio são similares. E depois de conversar com alguns, é possível dizer que os motivos que os impulsionaram vão desde conhecer culturas, realidades diferentes, sistemas educacionais, freqüentar outra universidade, até aventurar-se em um novo desafio.

“Acho que conhecer realidades diferentes às nossas nos torna menos preconceituosos, coisa fundamental, especialmente para jornalistas. Essa foi a principal razão que me motivou”, diz Mayara Rinaldi, estudante do curso de Jornalismo da UFSC, que participou do programa de intercâmbio em Córdoba, Argentina. Além disso, acrescenta, viver em outro país e conhecer outra cultura “ abre a cabeça dos jovens para novos horizontes. São muitos os amigos que fiz”.

Magali Alloatti, estudante do Curso das Ciências Sociais, da Argentina, comenta: “A partir das outras viagens que fiz, acho que um elemento fundamental que diferencia esta oportunidade é me encontrar inserida numa rede insti-tucional, onde se abrem canais para um indivíduo poder desenvolver relações de índole singular. Um aspecto central é entender o marco cultural no qual o aperfeiçoamento acadêmico evolui”.

Luciana Filippa/ Estudante de jornalismo,intercambista argentina do programa AUGM – especial para a Agecom