Hospital Universitário da UFSC recebe profissionais de saúde para discutir audição infantil
O Hospital Universitário da UFSC sedia, durante todo o dia 2 de agosto, no seu auditório, uma programação especial que comemora os dez anos do Grupo de Apoio à Triagem Auditiva Neonatal (Gatanu). O evento deve reunir profissionais da saúde de todo o Estado, com a finalidade de atualizar os conhecimentos e saber como desenvolvem seus trabalhos relacionados à fonoaudiologia pediátrica.
O evento contará com a participação de Mônica Jubran Chapchap, fundadora do Gatanu. O encontro é também aberto ao público em geral. Fazem parte da programação palestras, debates e comunicações científicas e as inscrições, feitas no dia, custam um litro de leite longa vida ou um pacote de bolachas.
Desde 2004, aproximadamente 6,5 mil crianças foram atendidas nas triagens para verificação das células auditivas. Segundo a fonoaudióloga Luciana Cardoso, do Serviço de Audiologia do HU, A audição é fundamental para o desenvolvimento da fala e da linguagem.
Estudos recentes realizados pelo Christine Yoshinaga-Itano College e pela Universidade do Colorado (EUA), comprovaram que a detecção de alterações auditivas e a intervenção iniciada até os seis meses de idade garantiam à criança deficiente auditiva o desenvolvimento da compreensão e da expressão da linguagem, bem como o seu desenvolvimento social, comparáveis aos das crianças ouvintes da mesma faixa etária.
Uma vez confirmada a deficiência auditiva, a criança deve iniciar a intervenção com adaptação do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) ou implante coclear e terapia fonoaudiológica especializada em Audiologia Educacional. O inicio da intervenção e o processo terapêutico devem ser respaldados pelos diagnósticos audiológico e médico.
Teste da orelhinha
Em abril de 1998, tendo em vista a possibilidade de operacionalizar a Triagem Auditiva Neonatal (TANU) com a EOA Emissão Otoacústica (EOA) no Brasil e melhores resultados obtidos com o diagnóstico e intervenção precoces, foi realizada a 1ª reunião de especialistas sediada no Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Israelita Albert Einstein, como seqüência natural de seu pioneirismo na área. Participaram fonoaudiólogos e entidades representantes de programas de TAN com EOA e envolvidos com a intervenção precoce e educação do surdo.
A partir de 2000 as discussões e reflexões sobre o tema foram intensificadas, possibilitando a criação de parcerias com as sociedades de pediatria e otorrinolaringologia. Durante as reuniões foi discutida qual a denominação que seria dada ao exame de EOA afim de torná-la popular e universalmente conhecida. O termo triagem auditiva, na época utilizado, não parecia entrar em consonância com o termo médico utilizado.
Uma vez que os testes realizados no período neonatal, tal como os testes do pezinho, eram denominados de rastreamento neonatal, surgiu a idéia de adotar o termo “teste da orelhinha”, em analogia ao teste do pezinho já amplamente conhecido e realizado em todas as maternidades.
Programação:
– 8h30min – Abertura – Luciana Ferreira Cardoso – Coordenadora do Núcleo de Fonoaudiologia do HU/UFSC e Gean Loureiro – Vereador PMF;
– 8h40min – palestra GATANU ontem e hoje. Como tudo começou…, com Mônica Jubran Chapchap – Presidente da GATANU;
– 9h10min – nova palestra: Otorrinolaringologia e Pediatria na TAN, com Cláudio Márcio Yudi Ikino e Clarice Bissani;
– 11h10min – Palestra – Triagem Auditiva Neonatal no HU/UFSC. Maria Madalena Canina Pinheira;
– 14h – Palestra – Fatos e Mitos na TAN, com Mônica Jubran Chapchap;
– 14h45min – Palestra – Adaptação de AASI em bebê: Como fazemos no HU/UFSC, com Francine Freiberger;
– 15h30min – Palestra – Reabilitação em bebês. Como fazemos no HU/UFSC, Fga. Débora Granha;
– 16h30min Mesa-redonda -Políticas Públicas e a TAN em Florianópolis, com Luciana Ferreira Cardoso e Josiane Borges PMF.
– 17h – Mesa-redonda -Realidade da TAN em Santa Catarina. Coordenação: Luciana Ferreira Cardoso Florianópolis e Fabiane Zimmermann – Joinville, Solange Dacol Pelizzaro – Curitibanos, Valdete Archer – Brusque e Cediane Borges Lehmkuhl – Lages.
Informações: 3721-9114 (com Luciana Cardoso)
Por José Antônio de Souza/jornalista na Agecom
