Fórum gera rede para difundir notícias de CT&I

15/07/2008 11:44

Jornalistas de todo Brasil articulam esforços para popularizar resultados de pesquisas. Em Santa Catarina, caberá à Fapesc divulgar matérias enviadas por profissionais de comunicação de FAPs e Secretarias Estaduais de CT&I, num esforço coletivo para vencer a resistência de certas publicações em reconhecer a importância da comunidade científica brasileira

Dois representantes da Scientific American (SA) acirraram as discussões no I Fórum Nacional dos Assessores de Comunicação de Ciência e Tecnologia, realizado em Salvador, em paralelo ao Fórum do Conselho de Secretários Estaduais para Assuntos de CT&Inovação. O vice-presidente da revista, Bruce Brandfon, e o diretor de Projetos Especiais, Barth David Schwartz, ouviram críticas de jornalistas sobre a dificuldade que pesquisadores brasileiros têm em emplacar artigos na SA, a despeito do reconhecimento por parte de outros periódicos.

“A Nature publica muito mais nossos trabalhos”, disse a doutora em Ciências da Comunicação, Graça Caldas. Ela citou reportagem da Folha de São Paulo intitulada Produção científica cresce 133% em 10 anos no país, na qual consta que cientistas brasileiros publicaram 26.369 artigos em publicações estrangeiras em 2007.Medicina foi a área de pesquisa que concentrou o maior número de artigos brasileiros publicados no ano passado, com quase 20% do total. Na seqüência, vêm agricultura e ciências biológicas, bioquímica, genética e biologia molecular, física e astronomia.

Respondendo à declaração de Graça Caldas, Schwartz argumentou que é mais difícil passar pelo crivo dos editores da sua revista porque esta cobre praticamente todas as disciplinas científicas enquanto que a Nature se restringe às ciências naturais. “A concorrência para sair na SA é maior”, afirmou o diretor.

Entre os Projetos Especiais que ele coordena, estão encartes sobre o desenvolvimento tecnológico de regiões como o País Basco, na Espanha, e Piemonte, na Itália. Tratam-se de informes publicitários que custam 30 mil dólares por página e são disponibilizados eletronicamente no site da revista ao longo de um ano. A inserção foi oferecida inicialmente ao governo da Bahia, mas outros estados podem submeter propostas, se tiverem orçamento para bancar no mínimo 4 páginas e se articularem com universidades e empresas capazes de completar o investimento.

Mais realista foi a proposta aprovada durante o Fórum de Assessores: criar uma rede nacional de difusão de notícias sobre resultados de pesquisa que multiplique o efeito das ações de jornalistas de entidades como a Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (Fapesc). Nesse sentido, a Fapesc passará a divulgar, em seu site, matérias enviadas por profissionais de comunicação de FAPs e Secretarias Estaduais de CT&I. A experiência do Programa de Jornalismo Científico da Fapesc foi apresentada no evento.

Por Heloísa Dallanhol/ Assessoria de Comunicação Fapesc