UFSC reúne coordenadores, tutores e intérpretes do curso de Letras-Libras

16/06/2008 16:57

Com a presença de coordenadores locais, tutores, intérpretes da língua de sinais e pessoal técnico de 16 pólos de educação a distância, foi aberto nesta segunda-feira (16/6) o Programa de Formação do Curso Letras-Libras da UFSC. O reitor Alvaro Prata esteve presente na abertura do evento no Centro de Comunicação e Expressão (CCE), que reúne até sexta-feira profissionais vinculados a 12 universidades e três centros de educação tecnológica (Cefets), além da própria UFSC, que é responsável pela coordenação desses pólos espalhados pelo País. Entre as instituições presentes estão a Universidade de Campinas (Unicamp), a Universidade de Brasília (UnB) e as universidades federais da Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Paraná e Rio Grande do Sul.

No encontro, que congrega cerca de 120 pessoas, estão sendo contratadas as pessoas que vão trabalhar nos pólos que oferecem o curso de graduação em Libras. Eles também passam por uma semana de treinamento, que consiste em palestras ministradas por profissionais da UFSC sobre temas como Gestão dos Pólos, Ambiente Virtual de Aprendizagem, Educação de Surdos, Estudos Lingüísticos e Estudos da Tradução.

Até o início deste ano, o curso oferecia apenas a opção licenciatura, que capacita profissionais para darem aulas de Libras. Desde janeiro, o curso de graduação em Letras-Libras também está habilitado a formar tradutores e intérpretes da Língua Brasileira de Sinais, na opção bacharelado. Assim, além de formar professores, o curso pode graduar tradutores e intérpretes para atuar em salas de aulas onde estudam pessoas surdas. As aulas a distância do curso começarão no dia 28 de junho.

A coordenadora geral do curso, Ronice Muller de Quadros, diz que a iniciativa da UFSC é pioneira no Brasil e que começou em 2006, com nove pólos, expandindo a rede a cada ano a partir de então. Isso é resultado do próprio movimento dos surdos e da legislação que incluiu a língua de sinais como disciplina obrigatória nos cursos de Letras.

Presente pela primeira vez num encontro do curso, o intérprete Kerson Kleber, do Cefet/RN, já atua há 15 anos em salas de aula e considera que seu trabalho é “um importante elo entre a comunidade surda e a comunidade ouvinte”. “É uma atividade de extrema responsabilidade e que exige postura ética em relação ao que está sendo dito e traduzido”, afirma.

Dentro da programação do encontro será feito na quarta-feira, dia 18, às 17h30, o lançamento do livro As imagens do outro sobre a cultura surda (Editora da UFSC), de Karin Lilian Strobel, no hall do auditório do Centro de Comunicação e Expressão. A autora, nascida no Paraná, tem uma longa história de envolvimento com os movimentos que lutam pelo reconhecimento da língua de sinais e com outras mobilizações que permitiram avanços na compreensão dos chamados “estudos surdos”.

Mais informações no site www.libras.ufsc.br ou no telefone (48) 3721-6586.