Países em desenvolvimento terão mestrado exclusivo na União Européia
O presidente do Consulado da União Européia, UE, Christian Burgsmüller, fez visita de cortesia à UFSC. No gabinete, ele se avistou com o reitor Alvaro Prata, quando disse que a União está preparando um programa de pós-graduação, em nível de mestrado, exclusivo aos paises em desenvolvimento. O projeto deve ficar pronto no ano que vem.
O curso terá duração de dois anos em sistema sandwiche, onde o estudante vai ficar um ano num país e depois conclui o curso noutro. Burgsmüller informou que a idéia é fazer com que o estudante tenha opiniões diferentes a respeito dos mesmos temas estudados. “Isso é comum em alguns países, como Alemanha, Portugal e Espanha”, salientou o cônsul, observando que dessa forma as pessoas terão as cabeças mais abertas às diversas opiniões sobre os assuntos tratados.
No Brasil, a seleção de candidatos deverá ser feita sob orientação do Ministério da Educação, que pretende dar um tom regional à escolha dos alunos. Na opinião do cônsul, essa é uma medida interessante porque evita que universidades conhecidas no exterior, como USP, Viçosa e outras, obtenham o maior número de alunos aceitos pelas universidades européias envolvidas no projeto. A forma como o Ministério está planejando vai contemplar universidades pequenas de regiões menos desenvolvidas, disse Burgsmüller.
Para isso, a União Européia vai distribuir duas mil bolsas, sendo que o Brasil vai ficar com cem. O valor de cada bolsa é de 1,5 mil euros por mês durante dois anos. O reitor da UFSC, Alvaro Prata, mostrou-se entusiasmado com a idéia. Ele espera que a Universidade Federal de Santa Catarina possa contar com pelo menos 15 a 20 dessas vagas. A instituição pretende criar um mecanismo para avaliar o beneficiado logo após seu retorno, e verificar onde ele poderá contribuir na universidade. Para ele, cada estudante é representante da instituição. “Espero que ela seja bem representada”, disse.
Por José Antônio de Souza/jornalista na Agecom