Jovens querem mais participação nos programas de saúde

Denise:participação Foto:Paulo Noronha
Durante a oficina ´Direito reprodutivo: um olhar sobre a maternidade e a paternidade e os projetos de vida`, coordenado por Sandra Unbehaum, da Fundação Carlos Chagas, uma das palestrantes, Denise de Oliveira da Cruz, disse que a discussão da saúde e educação nas escolas é um processo em construção. Muitas vezes os adultos pensam que pelo fato dos jovens estarem calados nas reuniões estão alheios aos assuntos. “De alguma forma ele está participando”, reforçou Cruz. Ela, no entanto, observou que “não queremos ser chamados apenas para carregar cadeiras, colocar cartazes e faixas, mas queremos estar juntos nas tomadas de decisões”.
Já o representante de Roraima, Luciano Henrique, lembrou que, na sua cidade, a participação juvenil nos programas de saúde é significativa. “São 15 jovens fazendo um trabalho de conscientização dos colegas a respeito dos perigos das doenças sexualmente transmissíveis, esclarecimento da importância de usar preservativo”.
Henrique enfatizou que, embora no se município não tenha um grupo gestor dos programas de saúde, os jovens que atuam no programa se entendem muito bem com os responsáveis pelo setor na Secretaria estadual de Saúde. “Mesmo assim há muito a ser feito pela saúde dos jovens, pois esse trabalho não está no mesmo ritmo em todo país. As regiões apresentam dificuldades às vezes parecidas, mas que a falta de entrosamento faz com que percam tempo para encontrar soluções”, acrescentou.
Sandra Unbehaum, da Fundação Carlos Chagas, concordou com Denise, salientando que muitos programas e congressos para estimular a participação dos mais novos em programas específicos para eles são desenvolvidos pelos adultos. “O governo elaborou um congresso para tratar justamente de questões relacionadas à juventude. Depois de dois dias de discussões os participantes disseram que não era nada daquilo que eles pensavam. Foi aí que nos demos conta que elaboramos uma programação, pensado na nossa juventude da década de 70, para ser aplicada hoje”. Para ela, a experiência foi interessante porque nos fez refletir que os jovens não podem mais ser coadjuvantes nos assuntos que dizem respeito a eles.
Por José Antônio de Souza/jornalista na Agecom