Indignação, sonho e amor para conter a morte do Planeta

06/06/2008 11:57

A situação dos mananciais de água no mundo, o impacto da construção de hidrelétricas e as questões de saúde referentes ao saneamento básico animaram o debate promovido pelo Núcleo de Educação Ambiental (NEAmb) do CTC e pelo Grupo Transdisciplinar em Governança da Água e do Território (GTHidro). O evento, realizado neste dia 5/6, registrou o Dia Mundial do Meio Ambiente na UFSC.

Indignação, sonho e amor. Com estas três palavras o professor Daniel José da Silva, do Curso de Engenharia Ambiental, instigou a platéia formada, em sua maioria, por jovens a tomar uma posição e se comprometer com questões como a crise mundial da água, fundamental para a manutenção da vida no planeta. O vice-reitor Carlos Alberto Justo da Silva (Paraná) definiu a luta pela conservação do meio ambiente como um desafio de todos e também destacou o compromisso da administração Prata/Paraná em ampliar a comissão ambiental já existente na instituição, traçar novas linhas de ação e elaborar projetos, fazendo dessa questão um compromisso de gestão.

Após a abertura oficial do evento, alunos do Curso e do Programa de Pós-graduação em Engenharia Sanitária ministraram palestras retratando a situação nacional e mundial relacionada à crise da água. Dados alarmantes como, por exemplo, a morte de 1,7 milhões de pessoas por ano devido ao consumo de água contaminada e os cerca de 2,6 milhões de pessoas que não têm acesso ao saneamento básico, além das doenças relacionadas à falta de saneamento básico e ao uso de água imprópria para o consumo – diarréia, cólera, poliomielite, tifo, filaria, esquistossomose, malária, dengue e tracoma – foram divulgados para conscientizar os participantes sobre a emergência em tomar atitudes a fim de garantir a existência da água no planeta.

Outra participação importante nos debates foi a de Eleazar Garbelotto, membro da Associação Brasileira de Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura. Kiko, como é conhecido, atua em atividades de rafting e conseguiu descrever com clareza o impacto das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) na Bacia do Rio Cubatão, através de fotos que registraram a área antes e depois da obra no fluxo do rio. O estreitamento provocado comprometeu a fauna local e provocou danos à qualidade e quantidade da água.

Ao considerar que o Rio Cubatão é o corredor ecológico do Parque da Serra do Tabuleiro, criado para garantir a conservação dos mananciais de água, Kiko destacou o contrasenso dos governantes em permitir a construção das PCHs no local, previstas em um total de seis – três no rio Cubatão do Sul, em Santo Amaro da Imperatriz, e três no Rio Caldas do Norte, em Águas Mornas. “O mundo é a gente que faz. Ainda há tempo para cuidar disso”, ponderou, pedindo o apoio dos presentes para impedir a destruição do local.

Algumas soluções para a questão das hidrelétricas foram propostas pelos acadêmicos, como a troca de geradores por modelos mais eficientes e a necessidade de cada um repensar suas atitudes em relação ao consumo.

Outras informações podem ser obtidas pelos telefones 8834-0633 e 3269-8232

Por Mara Cloraci / Jornalista da Agecom