Filmes de Zeca Pires são exibidos na Unicamp

Fotos de Claudio Silva
O cineasta já está em Campinas, onde também vai falar sobre seus filmes e sobre o cinema feito em Santa Catarina, além de dar um depoimento para a TV Unicamp. “Esta é a primeira retrospectiva de minha carreira”, ressalta o diretor. O convite para a mostra partiu do diretor da Casa do Lago, Avelino Bezerra, que assistiu o curta “Caminhos do Divino” em uma viagem a Florianópolis e procurou Zeca Pires para conversar sobre o seu trabalho.
“Manhã” (1989), o primeiro filme do diretor, tem 11 minutos de duração e narra o cotidiano de um leiteiro do interior catarinense que vê suas tarefas abrupta e equivocadamente interrompidas. O documentário “Farra do Boi” (1992, 26 minutos) mostra as origens e a prática da brincadeira do boi em comunidades do litoral do Estado. Outro documentário, “Ponte Hercílio Luz” (1996, 35 minutos), traz o depoimento de historiadores, operários, populares, artistas e personalidades sobre o maior símbolo de Florianópolis.
O filme seguinte foi “Ilha” (2001, 15 minutos), que narra o reencontro de uma jovem com o pai após 25 anos de afastamento e ausência de qualquer contato. “Perto do Mar” (2002, 21 minutos) é outro curta de ficção, baseado no conto “O velho da Praia Vermelha”, de Salomão Ribas Jr. E “Caminhos do Divino” (2005, 22 minutos) mostra a tradição da procissão do Divino Espírito Santo e como ela é praticada na Ilha de Santa Catarina.
O único longa que está na retrospectiva é “Procuradas” (2004, 96 minutos), feito com José Frazão, que mistura ficção e documentário para narrar o sumiço de duas garotas de programa que saem para um passeio de veleiro com executivos. Este e outros filmes do diretor serão reunidos em DVD que vai ser lançado até o final do ano.
A Antropóloga
Com cerca de 90% das imagens captadas na Costa da Lagoa, o filme retrata Florianópolis com uma nova visão. A protagonista Malu (Larissa Bracher), antropóloga açoriana, resgata com grande suspense os mistérios da cultura popular e do folclore da Ilha. O enredo de “A Antropóloga” é também uma homenagem às tradições populares de Florianópolis, pois o eixo central da trama que envolve Malu em surpreendentes descobertas teve inspiração na obra do artista e pesquisador da cultura açoriana Franklin Cascaes.

Imagem do filme A Antropóloga
O elenco do filme é composto, quase que totalmente, por profissionais catarinenses. Entre os atores, apenas Larissa Bracher veio do Rio de Janeiro. Além de gostar do trabalho da atriz, Zeca Pires queria alguém com um olhar estrangeiro sobre os nativos. O elenco local é composto por Jackie Sperandio, Luige Cútulo, Rafaela Rocha de Barcelos, Sandra Ouriques, Severo Cruz, Eduardo Bolina, Paula Petrella, Ricardo Von Busse, Antonella Batista, Édio Nunes, Pedro Paulo Pitta, Fernanda Marcondes, e Aline Maciel. Todos participaram de um trabalho de preparação de elenco de três semanas, realizado pelo diretor teatral Celso Nunes.
Fonte: Adriana Seguro – Acadêmica de Jornalismo, Assessoria de imprensa do DAC-SECARTE-UFSC.
Contatos com Zeca Pires podem ser feitos pelo fone (48) 9971-7951.