Especial pesquisa: Universidade desenvolve simuladores para Petrobras

11/06/2008 16:37

Imagem: Sinmec

Imagem: Sinmec

Há 18 anos trabalhando em parceria com a Petrobras, o Laboratório de Simulação Numérica em Mecânica de Fluídos e Transferência de Calor (Sinmec) da UFSC é referência na área simulação de reservatórios de petróleo. A colaboração entre a universidade e a estatal permitiu que o Sinmec produzisse durante esse período mais de uma dúzia de dissertações de mestrado e quase uma dezena de teses de doutorado. Esse esforço faz com que o laboratório integrado ao Departamento de Engenharia Mecânica contribua para que a estatal se mantenha cientificamente atualizada com relação aos avanços mundiais na área de modelagem de poços de petróleo.

A simulação é ação estratégica para a Petrobras. Um simulador possibilita a visualização do escoamento do óleo e da água em um reservatório. Essa ferramenta traz também informações sobre quanto será produzido de óleo com diferente número de poços produtores e injetores de água – conhecimento fundamental para que seja estabelecido o método adequado de exploração. Há diversos softwares comerciais na área de petróleo que são usados por grandes companhias de petróleo como a Petrobras. Na UFSC os projetos conjuntos com a estatal possibilitam o estudo de novos métodos e tecnologias, além de formação de profissionais especializados.

Integrado à Rede Temática de Simulação e Gerenciamento de Reservatórios de Petróleo (SIGER), direcionada a promover e articular os esforços das universidades e centros de pesquisa brasileiros na área, o Sinmec trabalha também em softwares educativos. Uma das contribuições mais recentes é o Griffin, desenvolvido com a colaboração da empresa de base tecnológica ESSS, de ex-alunos da UFSC. A ferramenta inédita é direcionada ao treinamento de recursos humanos para utilização dos softwares de simulação de reservatórios de petróleo.

Ferramentas complementares

Junto ao Sinmec são também desenvolvidas ferramentas complementares aos softwares de simulação, que são utilizadas diariamente pela Petrobras. São sistemas que fornecem dados necessários para a modelagem dos escoamentos, pois um reservatório não é um espaço oco cheio de óleo. O petróleo fica aprisionado nos poros da rocha, como se estivesse em uma esponja, e para ser removido é necessário que uma pressão suficiente o expulse. Sistemas para determinação da permeabilidade relativa das rochas e para a determinação de pressão capilar são exemplos de softwares que ajudam na exploração.

“Novas tecnologias são necessárias, pois o petróleo brasileiro é pesado e difícil de ser retirado, requerendo que água ou outros fluidos sejam injetados para manter a pressão de produção”, explica o professor Maliska. Ele lembra que isso não acontece, por exemplo, com o petróleo do Oriente Médio, que é um óleo leve e cuja pressão do reservatório é suficiente para extração.

O Sinmec adquiriu recentemente, graças à parceria com a Petrobras, um supercomputador SGI Altix ICE 8200,com 512 núcleos de processadores Intel Xeon. É o maior entre as universidades e o quinto maior em funcionamento no Brasil. O novo computador permitirá que simulações mais complexas sejam realizadas com maior rapidez. O trabalho cooperativo também resultou em recursos que serão empregados na construção de uma sala de visualização 3D, para melhorar o acompanhamento das simulações.

Mais informações com o professor Clovis Raimundo Maliska, fone 48 3721 9562 /3721 9936

Visite o site do Sinmec: www.sinmec.ufsc.br

Por Thiago Santaella / Bolsista de Jornalismo na Agecom