Aulas na UFSC propõem práticas de vivências corporais como alternativa para atividades físicas convencionais
Uma alternativa ao tradicional modelo de “movimentar” as pessoas. Esta é apenas uma das propostas da disciplina de Vivências Corporais, do curso de Educação Física da UFSC. As aulas são ministradas terças e quintas-feiras, das 18h30 às 20h10, no laboratório de ginástica, bloco05/A, no Centro de Desportos (CDS) da UFSC. As atividades são gratuitas e abertas ao público.
De acordo com os responsáveis pela proposta, os professores Paulo Capela e Cristiane Ker, o objetivo é proporcionar diferentes práticas corporais baseadas no conhecimento do corpo articulado à realidade. A iniciativa busca contribuir para a reflexão, o desenvolvimento e a ampliação da sensibilização, percepção e consciência corporal dos participantes. “É uma maneira de integrar corpo, mente e emoção nas relações consigo, com o outro e com a natureza”, explicam os professores.
Segundo eles, o modelo científico tradicional da Educação Física, e seu processo pedagógico, didático e metodológico buscam atuar apenas sobre o corpo biológico. Desta forma, este modelo desenvolve objetivos sob três enfoques: estética, promoção da saúde e/ou aumento de performance para os esportes (treinamento esportivo). Na opinião dos professores, estas metas são restritas e acabam operando com uma visão muito superficial sobre o ser humano.
As práticas de vivências corporais estimulam a compreensão crítico-reflexiva do que é e pode vir a ser o ensino da Educação Física, defendem os coordenadores da proposta. Nos encontros, são utilizados saberes culturais e científicos das ciências orientais, da física quântica e das culturas ancestrais ligadas a terra. Essas formas de conhecimento do mundo configuram outras possibilidades de experiência corporal, que lançam desafios e questionamentos sobre a forma que escolhemos de ver e lidar com nosso corpo.
No início a disciplina era optativa e direcionada à formação dos acadêmicos dos cursos de Educação Física. Por haver poucos alunos matriculados, os professores responsáveis mudaram a metodologia e abriram as aulas para a participação da comunidade. Assim, há mais enriquecimento das vivências num coletivo maior, e mais oportunidade dos acadêmicos da Educação Física de ter um grupo para observação e experimentação de propostas.
Não há a exigência da participação e compreensão prévia dos temas tratados nos encontros realizados até o momento. Por outro lado, a participação efetiva em todas as aulas potencializa os aprendizados e dinamiza a intimidade para a construção do grupo, fundamental à proposta.
Mais informações pelo telefone (48) 3721-8561, terças-feiras das 13h30 às 15h10, e quartas e sextas-feiras, das 9h10 às 11h50, ou pelo e-mail ckerdemelo@yahoo.com.br, com a professora Cristiane.
Por Jéssica Lipinski / Bolsista de Jornalismo na Agecom