Artigo: Educação Superior: Conquistas e Desafios

08/05/2008 13:45

Os últimos cinco anos foram marcados por uma reação estruturada e ao mesmo tempo estruturante do Sistema Federal Público de Educação Superior. Políticas de expansão e inclusão modificaram o panorama e trouxeram novos desafios para o Ensino Superior no Brasil.

Impulsionados pela nova realidade conjuntural, fruto do crescimento real da economia, estabilidade, superávit primário etc, os orçamentos das universidades cresceram substancialmente, trazendo efetivo aumento do contato com a sociedade. Isto permitiu a inclusão de pessoas até então não contempladas, especialmente através da interiorização e da política de cotas.

A educação, colocada em pauta nas diferentes esferas do Poder Legislativo, transcendeu ao aspecto meramente discursivo e na prática reforçou, através de emendas parlamentares inéditas, o orçamento da UFSC. Um pródigo exemplo foi o deputado Jorge Boeira.

A presença de quase mil estudantes em intercâmbio internacional denota outra das virtudes atuais. A internacionalização, ao contrário da globalização, aponta para relacionamentos horizontais e com as novas leis de inovação e de patentes para a busca de soberania e cidadania.

Na mesma direção, a UFSC consolidou-se como uma das grandes universidades da América Latina. Cresceu em seus indicadores internos e externos, cada dia respirando ares de universidade madura, com seus problemas e suas virtudes. Sem dúvida, mormente pela qualificação de seus membros continuará no mesmo rumo.

No entanto, o resquício de construção do Estado Neoliberal, proposto para as nações como o Brasil, também se consolidou. Este estado de auditagem, controle e fiscalização evoluiu, tanto nas suas práticas como nos seus salários, muito mais que a combalida e arcaica estrutura de gestão das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). Isto tem tornado quase impossível algumas práticas e procedimentos.

Transformem a vontade política em mais autonomia de gestão, remunerem os servidores da educação como carreira de Estado e seremos a Nação de primeiro mundo que todos esperam, quiçá com melhor distribuição de renda.

Lucio José Botelho

Reitor da UFSC

publicado originalmente no Blog do Prisco.