Governador entrega Mérito Universitário e lança chamadas públicas para financiar estudos
Uma lei federal de 2005 obriga que as escolas de ensino médio do Brasil ofereçam aulas de espanhol até 2010, mas são poucas as que já o fazem ou se planejam para isso. Esta e outras constatações resultaram de uma pesquisa cujo autor recebeu ontem (9) o Prêmio Mérito Universitário das mãos do governador do Estado. A UFSC contou com a presença do vice-reitor Ariovaldo Bolzam, que representou o reitor Lucio José Botelho.
Luiz Henrique da Silveira também lançou 3 chamadas públicas para financiar eventos e estudos, além de participar da solenidade, realizada no auditório da Fapesc, de assinatura dos contratos necessários à liberação de R$1,3 milhão para os projetos selecionados por um edital voltado às Ciências Básicas. Todas estas ações são coordenadas pela Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina.
Com recursos do Programa de Iniciação Científica repassados pela Fapesc, um aluno da Universidade do Vale do Itajaí fez uma pesquisa que mereceu o Prêmio Mérito Universitário na categoria Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (uma das 3 contempladas). Ele entrevistou estudantes em Balneário Camboriú e Itajaí, e descobriu que 90% deles gostariam de aprender espanhol na escola, tanto para trabalhar com os milhares de turistas argentinos que freqüentam o litoral catarinense quanto para dominar aquela língua e entender as publicações feitas no idioma. Mas apenas 4 estabelecimentos de ensino médio no Vale têm professores de espanhol, enquanto 46 oferecem aulas de inglês.
“Não se trata aqui de buscar culpados para este fenômeno”, pondera Adriano. O pesquisador teme que as escolas contratem pessoas que falam espanhol mas pecam pela didática na hora de repassar seus conhecimentos, em vez de profissionais qualificados para ensinar espanhol. Além disso, onde encontrar tantos professores nos últimos dois anos que restam para as escolas se adequarem à lei? Este questionamento tem sido feito no meio acadêmico, pois houve um desestímulo à docência daquele idioma estrangeiro em vários níveis.
“Na universidade, o espanhol vem sendo tirado da grande curricular de cursos como Administração e Turismo”, atesta a Professora Norma Ernestina Klein de González, que lecionava a disciplina em ambos os cursos. A colombiana resolveu atacar outras frentes: continuou o trabalho de orientação de Adriano, iniciado pela professora Amanda Perez Montanez, no trabalho Políticas Públicas e Ensino de Espanhol como Língua Estrangeira na Região do Vale do Itajaí: Desafios para sua Implementação. “O intuito do projeto é contribuir para a melhoria do ensino em Santa Catarina, não só em nossa região”, conclui.
Por Heloísa Dallanhol/Fapesc