Doutorado Interinstitucional: UFSC capacita professoras de enfermagem da Universidade Federal do Pará

Na UFSC com a coordenação: etapa presencial
Desde fevereiro elas estão em Florianópolis, onde permanecem até julho para cumprir etapa presencial de sua pós-graduação, realizada na modalidade Doutorado Interinstitucional (Dinter). As tecnologias de comunicação (especialmente internet e videoconferências) viabilizam o trabalho entre as instituições geograficamente separadas, mas é nessa fase presencial que as docentes vivem uma relação mais intensa com orientadores e aproveitam a possibilidade de integração com os grupos de pesquisa da UFSC.
Financiado pela Capes, o doutorado interinstitucional tem como meta viabilizar a formação de doutores fora dos grandes centros educacionais, em instituições com maior carência de recursos humanos. É essa modalidade que permite a parceria entre o Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFSC (uma pós-graduação consolidada) e a Faculdade de Enfermagem da UFPA. A vinda das docentes do Pará para a UFSC também foi beneficiada pelo programa Acelera Amazônia, criado em 2004 pela Capes para estímulo à pós-graduação na Região Norte.
O trabalho com o grupo de professoras do Pará aproveita a experiência do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFSC no desenvolvimento do mestrado expandido (realizado desde 1993) e interinstitucional (desde 1998). A UFSC já titulou 194 mestres nestas modalidades. A partir dessa experiência, a Federal de Santa Catarina não está apenas formando doutores, mas colaborando com a criação de programas de pós-graduação em outras instituições e fomentando a pesquisa e a formação continuada de profissionais na área de enfermagem – necessidades prementes na UFPA.

Avaliação da UFPA: vontade e esforço institucional
A formação das professoras deverá dar suporte à implantação do primeiro mestrado em enfermagem do Pará. “É uma vontade institucional, uma iniciativa da reitoria que buscou no Sul esta capacitação”, destaca a professora Márcia Maria Bragança, diretora da Faculdade de Enfermagem da UFPA, uma das integrantes do Dinter UFPA/UFSC.
“É um investimento pessoal muito grande, aliado a um compromisso profissional”, ressalta a professora Vânia Backes, coordenadora didático-pedagógico dos cursos interinstitucionais do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFSC.
Desafios
As lágrimas que brotam durante a conversa com o grupo mostram como a experiência associa diferentes desafios. “A grande oportunidade é viver o contato com outros professores, integrar o trabalho dos grupos de pesquisa da UFSC. O grande nó é estar com a cabeça na família”, resume Regina Ribeiro Cunha, outra professora da UFPA que faz o Dinter na UFSC. “Minha neta nasceu e eu ainda nem o conheço”, desabafa a colega Luciléia da Silva Pereira. “Mas o resultado não será apenas desse grupo, ultrapassa os muros da universidade”, avalia Roseneide dos Santos Tavares, mostrando como do Dinter será um passo fundamental para desenvolvimento do ensino e da pesquisa na Região Norte.
Com projetos que serão desenvolvidos em diferentes áreas (pesquisas sobre temas como a prática de egressos; o trabalho com a pessoa estomizada; adolescentes, autonomia e cuidado; saúde do trabalhador em enfermagem; reforma psiquiátrica; rede social do indivíduo hipertenso e atendimento ao idoso no Pará), o grupo dará sua contribuição para o estudo de sua realidade.
E antes mesmo de ser concluída a capacitação já multiplica as possibilidades de trabalho das docentes: um dos reflexos é a aprovação de uma pesquisa que será desenvolvida em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFPA, sob a coordenação do professor Heraldo Maués, para estudo de um tema crítico na região: o escalpelamento ― arrancamento do couro cabeludo por motores de barco.
Mais informações sobre o Doutorado Interinstitucional em Enfermagem com a professora Vânia Backes, e-mail: oivania@nfr.ufsc.br, fone: 3721-9480
Por Arley Reis / Agecom