Reitor da UFSC propõe conferência mundial em Florianópolis
Florianópolis foi eleita para sediar neste ano um evento internacional sobre as experiências de preservação em ambiente urbano do planeta. A decisão se deu no III Congresso Mundial de Reservas da Biosfera, que reuniu mais de 1.500 pessoas de 105 países em Madri, no início de fevereiro. Já na próxima semana iniciam os trabalhos para organizar a 1ª Conferência Mundial de Biosfera Urbana, que será promovida na UFSC conforme proposição do reitor Lúcio Botelho.
A escolha da capital como sede do encontro é um passo para ela ser reconhecida como primeira Reserva da Biosfera em Ambiente Urbano pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Tecnologia (Unesco). O título facilitaria a captação de verbas internacionais para planejar a ocupação da cidade sob uma ótica ecológica que não ignore as necessidades de seus habitantes. “Nós teríamos acesso a recursos a fundo perdido”, explica José Carlos Rauen, superintendente da Fundação do Meio Ambiente (Floram).
Ele e outras autoridades que estiveram na Espanha darão continuidade a ações iniciadas em 2005 numa reunião marcada para segunda-feira (18), na Casa D´Agronômica. E no mês de março a cidade receberá uma equipe da Unesco para discutir propostas para a efetiva transformação de Florianópolis em Reserva da Biosfera Urbana.
O título daria visibilidade à cidade, que se tornaria referência em vários aspectos, segundo Anita Pires, presidente da ONG FloripAmanhã. Ela acrescenta:”Anda temos bastante cultura local, muita riqueza natural e duas vocações claras para turismo e tecnologia, fatores que a colocam em condições viáveis de ser uma cidade Modelo”.
A capital é das poucas no Brasil “encravadas na Mata Atlântica”, diz Ildo Rosa, presidente do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf). E para garantir a convivência harmônica com a natureza, serão conduzidos dois estudos já aprovados pela Fundação de
Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (Fapesc). O primeiro definirá os limites ecológicos para a ocupação da Ilha de Santa Catarina e o segundo, modelos de governança sistêmica que envolvam todos os agentes interessados no desenvolvimento da região.
Ambos os estudos ajudarão a implantar a proposta da Unesco e a orientar novas ações de desenvolvimento sustentável. “Há um conjunto de iniciativas pela preservação da ilha, mas elas não têm evitado a ocupação desordenada nem os conflitos entre ambientalistas e Urbanistas”, diz Diomário Queiroz, presidente da Fapesc. Ele representou o governador no congresso espanhol, onde também não foi fácil chegar a um consenso: “Em Madri havia grupos defendendo reservas da biosfera só em ambiente rural. Mas a defesa excessiva da natureza esquece que o homem da cidade também é elemento da biosfera. Há reações que se opõem à racionalidade”.
Por Heloisa Dallanhol/assessoria de imprensa da FAPESC
heloisa@fapesc.rct-sc.br