Finep aprova mais de 1,7 milhão para que UFSC execute projetos nas áreas de genômica e proteômica

07/12/2007 08:54

A UFSC aprovou três projetos entre os 19 que serão financiados pela Finep por meio do edital Genoprot, direcionado a pesquisas nas áreas de genômica e proteômica. São dois projetos do Centro de Ciências Biológicas e um do Centro de Ciências Agrárias que, juntos, somam mais de R$ 1,7 milhão. As pesquisas possibilitarão trabalho conjunto com a Rede de Proteoma do Estado de Santa Catarina (www.rpsc.ufsc.br), uma das oito redes estaduais existentes no país, e também com pesquisadores de outras importantes instituições de pesquisa.

A Genômica é um ramo das Ciências Biologicas que estuda a informação hereditária de um organismo (o seu genoma). A Proteômica é a ciência que estuda o conjunto de proteínas em uma célula e estas complexas moléculas são montadas dentro do corpo com base na informação contida nos genes. As proteínas são, portanto, responsáveis pela formação e funcionamento dos organismos vivos. Os estudos aprovados pela Finep associam grupos de pesquisa multidisciplinares em torno destas áreas, visando à obtenção de novos produtos ou processos com potencial de aplicação nas áreas de saúde, agricultura, indústria e meio ambiente.

Um dos projetos aprovados está sob responsabilidade do Departamento de Microbiologia e Parasitologia da UFSC. De acordo com o coordenador, o professor Edmundo Carlos Grisard, o recurso total de R$ 1.140.913,50 (R$ 880.666,00 em recursos de capital e custeio e R$ 260.247,50 para bolsas) permitirá a consolidação na UFSC de um laboratório de excelência em ´Biologia computacional e sistemas`, que aplica técnicas da ciência da computação, matemática aplicada e estatística para problemas da biologia, como o mapeamento genético.

Os recursos possibilitarão também estudos comparativos entre aspectos de genômica, genômica funcional e proteômica de parasitos que causam doenças em plantas e animais. Vai viabilizar ainda o funcionamento de uma rede de pesquisa que congrega a UFSC (Departamentos de Microbiologia e Parasitologia e de Bioquímica/CCB), a Udesc, a Unoesc, o Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e o Centro de Biotecnologia da UFRGS. A coordenação da rede é da UFSC.

Vírus da Mancha Branca

Com os recursos do edital Genoprot a UFSC vai também estudar o vírus da mancha branca, que compromete o cultivo de camarões marinhos. Com o título ´Respostas moleculares em camarões de cultivo, Litopenaeus vannamei , infectados com o vírus da mancha branca e sob condições de estresse`, e recursos de pouco mais de R$ 334 mil, o projeto vai investigar a correlação entre diferentes fatores e parâmetros de manutenção dos cultivos de camarão, o grau de estresse dos animais e a susceptibilidade à infecção pelo vírus. A pesquisa prevê a identificação e a caracterização de proteínas expressas diferencialmente nos camarões infectados pelo vírus e submetidos a estresse.

De acordo com a professora Maria Risoleta Freire Marques, coordenadora do projeto, a equipe pretende estabelecer um perfil diferencial entre as proteínas com maior potencial para o monitoramento da saúde dos camarões. Os resultados poderão contribuir para o estabelecimento de um conjunto de biomarcadores moleculares, para o monitoramento dos cultivos e o delineamento de estratégias eficazes para o controle da doença e para minimizar seu impacto negativo na atividade produtiva.

Morte em plantas

O terceiro projeto aprovado é ´S-Nitrosilação de fatores de transcrição e morte celular programada em plantas´ e investigará a regulação da expressão de genes por óxido nítrico em plantas. Na UFSC o projeto envolve os professores Miguel Pedro Guerra, (Departamento de Fitotecnia), Hernán Terenzi (Departamento de Bioquímica)e Ana Carolina Maisonnave Arisi (Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos). Estão também integrados quatro pesquisadores de outras universidades: Eny Floh, USP, Emanuel Maltempi de Souza, UFPR, Raul Cássia e Lorenzo Lamattina, Universidad de Mar del Plata.

De acordo com a coordenadora, professora Ana Carolina Maisonnave Arisi, o óxido nítrico (NO) é um sinal molecular que controla diversas funções, como a formação do embrião vegetal, o metabolismo de flavonóides, a resposta a estresses e a morte celular programada, que é um mecanismo de defesa das plantas ao ataque de patógenos. O NO se liga (nitrosilação) aos fatores de transcrição que controlam a expressão de diversos genes, tornado-os inativos ou ativos. O projeto permitirá o estudo destas questões em uma planta modelo, a Arabidopsis thaliana, e vai estender a pesquisa a outras espécies, como a araucária. A investigação é inédito no país.

Mais informações:

– Edmundo Grisard: grisard@ccb.ufsc.br ou Mário Steindel, ccb1mst@ccb.ufsc.br, fone 3721 5163

– Maria Risoleta Freire, mrfmarques@hotmail.com, fone 3721 6561

– Ana Carolina Arisi, e-mail: arisi@cca.ufsc.br ou 3721 5382

– Também com o Diretor do Departamento de Projetos,da Pró-reitoria de Pesquisa, professor Jorge Mário Campagnolo, e-mail: campagnolo@reitoria.ufsc.br, fone 3721 9437

Por Arley Reis / jornalista da Agecom