Definido o reajuste para docentes federais
Os ministérios da Educação (MEC) e do Planejamento aprovaram uma tabela de aumentos gradativos, de 20% a 69%, aos professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes). O acordo põe fim a uma negociação coletiva, de cerca de três meses, entre docentes universitários e governo. O secretário de Ensino Superior do MEC, Ronaldo Mota, explicou ontem (06/12) que a proposta prevê aumentos em todos os cargos que os professores universitários podem ocupar. Hoje, a carreira está estruturada em três regimes de trabalho; e foram preparadas três etapas para os aumentos. A média, segundo o secretário, será de 50% de aumento, considerando a inflação atual, de 12% ao ano.
O crescimento dos salários não foi a única definição de ontem. Há previsão de incorporação de gratificações, de aumento no adicional de titulação e de equiparação salarial entre professores ativos e aposentados, em 100%. Hoje, um aposentado recebe 60% do salário de um professor em sala de aula. Em dedicação exclusiva e final de carreira, o professor, que recebe entre R$ 6 mil e R$ 7 mil, passará a ter vencimento total próximo aos R$ 11 mil por mês, em 2010, exemplificou Mota.
Ao longo dos três anos, o impacto no orçamento do MEC será de R$ 3 bilhões. Ao todo, o Brasil possui em torno de 74 mil professores universitários. Destes, cerca de 50 mil docentes estão na ativa, resultando numa atual folha de pagamento de R$ 5,3 bilhões.
“Nos últimos 20 anos, foi uma grande negociação. Talvez uma das melhores”, avaliou o presidente do Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior (ProIfes), Gil Vicente Reis. Ele também assinalou que cerca de 95% da categoria aprovou o acordo.
As mudanças propostas constituirão um projeto de lei que chegará, ainda este ano, ao Congresso Nacional para votação. Os representantes das entidades se disseram dispostos a trabalhar para que, já em março de 2008, o plano possa sair do papel.
(Fonte: Correio do Povo – Porto Alegre/RS)