Universidade Estadual de Londrina expõe mudanças curriculares para o curso de Odontologia

23/11/2007 13:24

Em continuidade aos debates iniciados na manhã do dia 22 no “Seminário Diretrizes Curriculares para os Cursos de Odontologia”, que discute processos de reorientação na formação dos profissionais da área, Maria Celeste Morita, professora da Universidade Estadual de Londrina, falou sobre o processo de mudança curricular realizado naquela instituição. O evento está acontecendo no Centro de Cultura e Eventos da UFSC, com presença de técnicos do Ministério da Saúde, universidades e entidades de classe no campo da odontologia.

Morita relatou as dificuldades encontradas por uma instituição com quase quarenta anos, bem conceituada, avaliada na área de odontologia com conceito A pelo Provão, 5 pelo Enade, e com 4 e 5 estrelas pelo Guia do Estudante, em promover alterações em seu currículo. Apesar da resistência a mudança o processo independia das vontades, por tratar-se de uma determinação de lei.

Precedido por muita discussão, reuniões, e muita vontade de construir um novo Curso, o currículo foi instituído em 2004, passando a vigorar em 2005. Morita explicou que a mudança deu-se em conformidade com a perspectiva do Programa Pró-Saúde do Ministério da Saúde, que busca uma escola integrada aos serviços de saúde pública que dê respostas às necessidades de atenção básica da população. Assim, o novo currículo tirou o acadêmico da supremacia do manejo técnico e aproximou-o da realidade social e também dos acadêmicos de outros cursos da área de saúde.

Outra mudança significativa apontada por Morita e avaliada positivamente pelos alunos daquela instituição, através de questionários aplicados, é a distribuição dos conteúdos básicos ao longo do Curso para dar suporte a parte clínica. Assim, ao invés de limitar o 1º ano as matérias teóricas, que isoladas da prática tornam-se maçantes, o acadêmico recebe aulas práticas desde o início, integrando-as com a teoria que lhe dá suporte.

A Universidade Estadual de Londrina está com o currículo implementado até o 3º ano. Morita faz questão de ressaltar que a instituição não tem a pretensão de servir de modelo às outras, a idéia é compartilhar a experiência obtida ao longo destes três anos. A professora esclarece que a mudança de currículo faz parte de um movimento internacional para formar melhores profissionais, integrando de forma real a universidade na construção do social.

Por Mara Cloraci/jornalista da Agecom