MEC e Ministério da Saúde querem adequar ensino da Odontologia às necessidades do País

22/11/2007 13:19

Fotos - Jones Bastos - Agecom/UFSC

Fotos - Jones Bastos - Agecom/UFSC

Acabar com o descompasso entre a orientação e formação de profissionais de Odontologia e os princípios, diretrizes e necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS), com sua estrutura gigantesca e capilarizada, é um dos desafios do governo para conseguir melhorar o atendimento de saúde em todas as regiões do País. Este e outros assuntos relativos às políticas de saúde e seu vínculo com a estrutura acadêmica estão sendo discutidos no Seminário de Integração Ensino/Serviço, que vai até amanhã (23/11) no Centro de Cultura e Eventos da UFSC, no campus da Trindade, em Florianópolis.

Um dos pontos altos do evento é a discussão das novas diretrizes curriculares para os cursos de Odontologia e as políticas públicas de saúde bucal, que visa a adequar os currículos às necessidades do País nesta área. Também estão sendo debatidos os desafios da integração entre ensino da Odontologia e as demandas do SUS e o Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde, mais conhecido como Pró-Saúde, que persegue a convergência das ações dos ministérios da Educação e da Saúde no preparo de profissionais que ajudem a aumentar o alcance dos projetos governamentais neste setor.

Na abertura do seminário, na manhã de hoje (22/11), o coordenador de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, Gilberto Pucca Júnior, defendeu uma política de saúde bucal que seja condizente com as necessidades brasileiras e que deve ser permanente para dar os resultados esperados pela sociedade. Neste sentido, a Odontologia pode funcionar como um instrumento de inclusão social e de garantia da cidadania.

Considerando esse quadro, o seminário é mais uma etapa na implantação do novo currículo, porque na UFSC, pelo menos, cerca de 70% do conteúdo programático começa a ser ministrado já a partir de março de 2008. A tendência é que os alunos passem a ter uma formação mais generalista, obedecendo as características do SUS e atendendo mais em postos de saúde, onde estão as maiores necessidades da população.

A professora Maria Celeste Morita, da Universidade Estadual de Londrina, fez um histórico da expansão das ações do governo na área da saúde pública e afirmou que o SUS é muito mais do que os postinhos de saúde, as filas e as reclamações com o atendimento. O sistema é complexo, realiza mais de 2 bilhões de procedimentos ambulatoriais por ano e está tornando o Brasil uma referência para países que têm dificuldades para implantar programas de assistência de saúde nos pontos mais distantes de seus territórios. “A própria Organização Mundial da Saúde está reconhecendo a competência instalada do Brasil neste campo”, afirmou a professora.

Maria Celeste disse que a UFSC se tornou um exemplo para o País, porque desenvolve um dos projetos mais promissores na luta para formar profissionais que assegurem uma abordagem integral no processo saúde-doença, com ênfase na atuação básica, como determinam as políticas do Governo Federal para o setor.

Mais informações com o prof. Mauro Amaral Caldeira de Andrada, do Departamento de Estomatologia, pelos fones 3721-9520 e 3721-9532 e no e-mail dptostm@ccs.ufsc.br