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Carlos José de Amorim Júnior, 25 anos, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental e pesquisador do Laboratório de Remediação de Águas Subterrâneas (Remas), e Pedro de Deus Vieira Buschinelli, 27 anos, do Programa de Pós-Graduação em Metrologia Científica e Industrial (MCI) e pesquisador do Laboratório de Metrologia e Automatização (LabMetro), são os alunos do Centro Tecnológico (CTC) da UFSC vencedores da terceira edição do Prêmio Petrobrás de Tecnologia, na categoria mestrado, sobre os temas “Preservação Ambiental” e “Segurança e Desempenho Operacional”, respectivamente.

O 3º Prêmio Petrobras de Tecnologia contemplou 27 vencedores, sendo que 19 são estudantes de Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). O prêmio foi organizado em 12 categorias: Energia; Exploração; Gás; Logística e Transporte de Petróleo, Gás e Derivados; Perfuração e Produção; Recuperação de Petróleo; Produção; Produtos; Recuperação de Petróleo; Refino e Petroquímica; Segurança e Desempenho Operacional; Segurança Operacional e Preservação Ambiental, que representam os Programas Tecnológicos da Petrobras e as áreas de atividade da empresa. Foram 421 trabalhos inscritos de 22 estados do Brasil. Os três melhores trabalhos (graduação, mestrado e doutorado) foram selecionados em cada tema, totalizando 27 pesquisadores premiados.

Carlos Amorim é formado em Engenharia Sanitária e Ambiental pela UFSC e participou, desde 2004, de um projeto financiado pela Petrobras Transporte S.A. (Transpetro) sobre o tema de sua dissertação de mestrado, defendida em maio deste ano. O trabalho “Proposta de Investigação da Eficiência de Impermeabilização das Bacias de Contenção de Terminais de Armazenamento de Petróleo e Derivados” recebeu orientação do professor Henry Xavier Corseuil e questionou os critérios de impermeabilização estabelecidos pela Norma Brasileira 17505-2/2006, mostrando que ela não é segura e suficiente para proteger águas subterrâneas. Foto: Paulo Noronha/Agecom

Segundo o pesquisador, foram coletadas amostras de solo das bacias de contenção, formadas de solos naturais, de cinco terminais de diferentes regiões do país. “Os ensaios de permeabilidade revelaram que 1/3 dessas bacias apresentaram permeabilidade ao produto maior que a água, constatando que não é seguro definir critérios de impermeabilização baseados unicamente no coeficiente de permeabilidade à água, conforme exige a NBR17505-2”, relatou.

Para Amorim, esse estudo propõe que a avaliação da eficiência de impermeabilização das bacias de contenção deva se basear nas especificidades de cada local e nas características dos produtos armazenados. “O cálculo da migração vertical do produto nos solos das bacias de contenção possibilita prever a profundidade de solo contaminado e o tempo de migração do produto necessário para atingir o lençol freático, em caso de derramamento”, completou.

Orientado pelo professor Armando Albertazzi Gonçalves Júnior, o trabalho de Pedro de Deus, engenheiro eletricista formado pela UFSC e mestre pelo MCI/LabMetro, teve início em 2006 e se insere no contexto de um programa de parceria entre a UFSC e o Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), que tem por objetivo desenvolver o primeiro pig óptico nacional (ferramenta altamente especializada para detecção de defeitos na rede de dutos/tubulação). Este foi o segundo ano consecutivo que o Programa de Pós-Graduação em Metrologia Científica e Industrial da UFSC venceu, na categoria mestrado, o Prêmio Petrobras de Tecnologia.

Com o título “Sensor laser com triangulação cônica para perfilagem interna de dutos”, a dissertação do aluno, defendida no primeiro semestre deste ano, apresentou o princípio, o desenvolvimento e a avaliação de uma nova concepção de sensor óptico apropriado para medir o perfil interno de seções de dutos. “O sistema se baseia na triangulação através de espelhos cônicos (que nesse trabalho nomeia-se de triangulação cônica), o que permite a medição absoluta de todo o perímetro da seção (360º), a partir da análise de uma única imagem”, explicou.

Além disso, segundo Pedro, essa configuração possui vantagens como custo reduzido, elevada velocidade, alta resolução e pequena incerteza de medição para a tarefa de inspeção, garantindo a integridade da rede de dutos de transporte e distribuição na indústria do petróleo e gás, tendo em vista que existem mais de 30 mil quilômetros de dutos espalhados somente em território brasileiro.

“No instrumento construído e testado em laboratório, algumas limitações inerentes ao atual estágio de protótipo ficaram evidentes nos experimentos. Apesar disso, os resultados atingidos são altamente promissores e plenamente satisfatórios para a aplicação almejada. Mas as pesquisas continuam”, finalizou o pesquisador.

Os vencedores receberão R$ 15 mil, além de uma bolsa de estudos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para elaboração de tese de doutorado em instituições de ensino superior nacionais. Os professores orientadores dos trabalhos premiados de todos os temas/categorias recebem a mesma quantia bruta que o prêmio recebido pelo aluno, como taxa de bancada para ser investida no laboratório de origem.

A cerimônia de premiação acontecerá em novembro, no Centro de Pesquisa da Petrobras, no Rio de Janeiro.

Outras informações pelos telefones (48) 3721-7569 (Laboratório de Remediação de Águas Subterrâneas/Remas) e 3239-2030 (Laboratório de Metrologia e Automatização/ Labmetro/) ou pelos sites www.remas.ufsc.br, www.posmci.ufsc.br e www2.petrobras.com.br/tecnologia/port/Premio/index.asp.

Margareth Rossi/Jornalista da Agecom