A UFSC do Século XXI: Reflexões sobre nossas tarefas
Temos hoje na Universidade uma tarefa complexa, que esquematicamente podemos dividir em nacional, democrática e crítica. Há uma tarefa nacional, de implementar políticas científicas que visem desenvolver tanto as ciências básicas nas suas fronteiras mais avançadas, quanto as ciências aplicadas para a resolução de problemas imediatos. Precisamos de um país cujos laboratórios de física ou química, por exemplo, possam fazer pesquisas de ponta. Onde faculdades de ciências humanas tragam a população à consciência e à crítica de sua realidade. Precisamos de faculdades de ciências aplicadas para que a indústria brasileira crie produtos para as nossas necessidades, por exemplo, medicamentos para a AIDS e para doenças tropicais.
Temos uma tarefa democrática: elaborar um projeto plural, atento à diversidade de opiniões e perspectivas políticas presentes na academia, sensível às especificidades das áreas “aplicadas” e “básicas”, humanas e da natureza. Precisamos também de um projeto sensível às especificidades, o que implica criar condições para que todos os ramos do conhecimento se desenvolvam, oferecer laboratórios bem equipados para as ciências da natureza, bem como grandes bibliotecas para as humanidades. Precisamos resgatar a idéia de universidade como aquela que desenvolve todos os ramos do saber como igualmente relevantes, compreendendo o caráter criador da tensão, do embate e da complementaridade entre as diversas áreas.
Existe ainda a tarefa democrática. Esta nos exige pensar questões como a implantação efetiva das políticas de ações afirmativas e inclusão social, que reconheça como valor a diversidade étnico-racial e socioeconômica e procure compensar as desigualdades – promovendo o acesso à Universidade e, portanto, ao saber. Cabe, também, à Universidade, implementar políticas de extensão que aumentem o acesso das populações carentes à justiça ou à atenção médica, à água pura ou a uma urbanização planejada.
Por último, mas não menos importante: é da Universidade a tarefa crítica. Cabe à academia fazer a crítica à sociedade e às estruturas de poder que permeiam a própria Universidade. É papel da universidade a crítica ao próprio conhecimento, na tarefa de distinguir o universal e o particular em sua complexa implicação recíproca. Nossa tarefa na Universidade Pública é democratizar o acesso ao saber, com a devida qualidade.
Plano de trabalho
Este é um texto que, assim como outros, nos auxilia na reflexão sobre os desafios e necessidades de nossa Universidade. As propostas para o Plano Estratégico do movimento ´A UFSC do Século XXI` estão sendo reunidas, pensadas, discutidas. As contribuições são de grande importância. Encaminhe suas sugestões ao comitê, ou envie sua mensagem por meio do site www.seculoXXI.ufsc.br
Coordenação de campanha da chapa ´A UFSC do Séculko XXI`
Alvaro Toubes Prata – Reitor
Carlos Alberto Justo da Silva – Vice