A UFSC do Século XXI: Luta pela excelência na pós-graduação e valorização da graduação
Alvaro Prata e Carlos Alberto Justo da Silva
Ao longo desta semana a comunidade universitária da UFSC começa a ter contato com a primeira versão de nosso Plano Estratégico. São as linhas iniciais de um projeto que reúne diferentes contribuições no sentido de dotar a UFSC de um programa de gestão que valorize o planejamento, privilegie a pluralidade e reforce nossas convicções sobre como administrar a Universidade.
Temos percebido nas inúmeras visitas que fizemos o quanto nossa candidatura encontra apoio entre os três segmentos da comunidade. O vigor e a disposição dos alunos, as propostas apresentadas por docentes e técnico-administrativos nos fornecem subsídios essenciais para crer, firmemente, que a Universidade do Século XXI que propomos é a Universidade que todos querem construir.
A própria articulação de nossa candidatura é prova desta crença em uma proposta que contempla o respeito à diversidade de idéias. Nascida em um cenário que, inicialmente, continha três possíveis candidaturas, consolidou-se com a polarização entre apenas duas chapas. E àquele grupo inicial que assinou o Manifesto ´A UFSC do Século XXI ´(mais de 300 pessoas, é importante lembrar) uniram-se o nosso candidato a Vice-Reitor, professor Paraná, e centenas de outros apoiadores, inclusive técnicos e docentes que hoje desempenham funções na Administração Central da UFSC.
Um Reitor não tem o direito de segregar, escolher, rotular ou ignorar quem quer que seja. Se decide por esta ou aquela corrente, não é um Reitor de todos. É de um grupo. E esta, verdadeiramente, não é nossa prática e não será nossa ação. Esta multiplicidade de idéias se une em torno de um objetivo comum: a construção de uma universidade acadêmica de excelência. Seguindo esse valor maior, no campo do ensino, por exemplo, nosso objetivo comum é a luta pela excelência na pós-graduação e a valorização da graduação.
Há outras grandes tarefas, mas como na semana passada foram divulgadas as notas da CAPES aos programas de pós-graduação, neste artigo concentraremos a atenção na questão do ensino. Segundo a avaliação da CAPES, apenas sete Estados concentram os 75 cursos com nota 7. Com exceção de Pernambuco, Distrito Federal e Santa Catarina, com um programa cada, os restantes estão em São Paulo (45), Rio (12), Rio Grande do Sul (9) e Minas (6). Se, na avaliação passada, estávamos entre os seis primeiros colocados, agora já não ocupamos a mesma posição. Necessitamos urgentemente reconquistar o nosso lugar como uma Instituição de excelência na pós-graduação. Para isso, faz-se necessário, dentre outras coisas, a internacionalização da UFSC, com a busca de convênios com instituições internacionais de qualidade.
A essa busca de excelência na pós-graduação, articula-se a necessidade de valorização da graduação. Emblemática e controversa na UFSC foi a extinção, no passado, das Coordenadorias de Curso de Graduação, com o respectivo corte das funções gratificadas destinadas aos coordenadores.
Até hoje, a despeito da volta das coordenadorias de curso de graduação, a gratificação aos coordenadores não “voltou”. Se os coordenadores de pós-graduação, além do prestígio que tal função representa, aliado ao poder da gestão dos recursos do Prof/CAPES, recebem suas gratificações, deve-se também valorizar e prestigiar os coordenadores de cursos de graduação. Este é um aspecto fundamental para que estes professores possam liderar academicamente os cursos, propondo as inovações e as mudanças significativas demandadas pelas novas práticas curriculares e pedagógicas. Um dos objetivos a ser perseguido pela UFSC do Século XXI é resgatar o papel e a importância da graduação, em um esforço aliado à busca de excelência da pós-graduação.