Representante Cubano esclarece situação de seu país em palestra na UFSC

26/09/2007 15:21

Na sexta-feira, 21 de setembro, o representante do Instituto Cubano de Amizade aos Povos, Reinaldo Feijó esteve no miniauditório do CFH onde esclareceu aos presentes a situação de Cuba e o caso dos cinco cubanos presos em Miami (EUA) desde setembro de 1998.

Durante cerca de três horas, Feijó destacou os pontos de sucesso e os problemas do regime socialista cubano, implantado com a revolução de 1959. “Durante muitos anos ouvimos outras pessoas falando sobre Cuba, especialmente a mídia, mas poucas vezes ouvimos a verdade”, defende Feijó, que além de Florianópolis vai visitar outras cinco cidades do Brasil.

Enquanto o representante cubano contava sobre Cuba aos presentes cinco cartazes foram colados em uma lousa da sala com o rosto de Antonio Guerreiro, Fernando González, Gerardo Hernández, Ramón Labañino e René González, cinco cubanos que foram presos em Miami em setembro de 1998 acusados de espiões e assassinos. Feijó defende a liberdade dos prisioneiros cubanos que, segundo ele, receberam penas “absurdas” como o caso de Gerardo Hernández condenado a duas prisões perpétuas. Ao esclarecer a situação, o representante cubano justifica “Nós estamos apelando ao mundo inteiro que estudem o caso no campo jurídico, não político”.

A questão do bloqueio econômico imposto a Cuba pelos EUA em 1961 que perdura até os dias de hoje também foi bastante comentada por Reinaldo. Ainda em seu discurso, defendeu o regime cubano alegando que “O socialismo tem problemas, mas funciona bem melhor em Cuba do que o capitalismo”. Para exemplificar citou o bom funcionamento de hospitais e escolas de Cuba, que atendem a toda população gratuitamente.

O caso dos cinco prisioneiros cubanos

Antonio Guerreiro, Fernando González, Gerardo Hernández, Ramón Labañino e René González trabalhavam em Miami, local onde o movimento anticubano está concentrado, com o objetivo de impedir que ataques terroristas fossem aplicados contra Cuba. Caso fossem descobertos possíveis ataques, esses homens avisariam a Cuba e ao FBI. Feijó explicou que o problema do trabalho deles era a não legalidade por Cuba e Estados Unidos não manterem relações diplomáticas.

Várias tentativas já foram tomadas para a libertação dos cinco. Em maio de 2005, o Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária da Comissão de Direitos Humanos da ONU emitiu um parecer afirmando que “A privação de liberdade dos cinco é arbitrária, está em contradição com o artigo 14 da Convenção Internacional dos Direitos Civis e Políticos”. Os advogados de defesa fizeram uma apelação ao Tribunal de Atlanta, na Geórgia em agosto de 2006 quando os três juízes anularam a sentença e ordenaram um novo julgamento fora de Miami. Uma apelação do governo estadunidense fez com que um ano depois essa decisão fosse revogada. Ricardo Alarcón, presidente da Assembléia Nacional de Cuba declarou em 12 de setembro de 2006 a “Jornada Mundial por los Cinco” com o objetivo de conquistar a liberdade desses prisioneiros.

Para outras informações sobre a situação de Cuba e dos cinco prisioneiros: www.antiterroristas.cu e www.freethefive.org

Por Talita Fernandes, bolsista de jornalismo da Agecom