Projeto técnico da Universidade do Mercosul é entregue ao reitor da UFSC

Foto: Jones Bastos
O reitor da UFSC, Lúcio José Botelho, afirma que o embrião do projeto é conseqüência da educação ter se tornado pauta nacional. “Nós, educadores, ficamos com o peito cheio por termos a educação como pauta. O tema sempre foi prioridade de campanha, mas não lembro de outro momento na história em que o governo realmente discutiu o assunto”. Ele também destaca que nos últimos cinco anos as emendas parlamentares destinadas à educação aumentaram dois mil por cento e que a implantação da Universidade do Mercosul será um passo gigantesco para o fortalecimento do ensino, da economia e do desenvolvimento socioeconômico da mesorregião.
Vignatti destaca que a implantação da instituição está na pauta do Ministério da Educação e que a reunião com ministro Haddad será fundamental à consolidação da idéia: “trata-se de uma universidade que contribuirá muito ao desenvolvimento de uma mesorregião sem nenhuma instituição de ensino superior pública e gratuita”. Ao exemplo de Vignatti, o deputado estadual Pedro Uczai ressalta a importância da universidade ao desenvolvimento da mesorregião, complementando que “trata-se de um projeto plural que tem considerado a contribuição de diversos atores sociais, e necessita tornar-se também um projeto suprapartidário”.
Projeto técnico – Valdir Soldi destaca que o projeto técnico elaborado pela UFSC teve início em maio de 2006 e término em agosto deste ano. Ele explica que foi realizado um estudo das necessidades do ensino superior na Mesorregião Grande Fronteira do Mercosul, que apontou a implantação de três áreas: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Ciências Exatas da Terra e Engenharia e Ciências Biológicas e da Saúde. “Inicialmente devem ser implantados 25 cursos de graduação entre as três áreas, além de curso de pós-graduação”, afirma. O estudo também contemplou um levantamento de custos físicos e de pessoas.
De acordo com o projeto, a Universidade Federal do Mercosul contará com cinco campi, sendo dois no Norte do Rio Grande do Sul, dois no Oeste de Santa Catarina e um no Sudoeste do Paraná, regiões estas que formam a mesorregião. A primeira etapa prevê a construção de um campus no Rio Grande do Sul e outro em Santa Catarina. Na segunda, o estado do Paraná será atendido, e na terceira e última fase haverá a implantação de mais um campus no estado gaúcho e outro no catarinense. No total serão 381 municípios atendidos e uma população de 3,7 milhões de pessoas. A estimativa para conclusão de implantação de todos os campi é de 10 anos.
Participação popular – A proposta de implantação da universidade federal na mesorregião também conta com a participação de movimentos sociais organizados. “Eles têm discutido a proposta e apresentarão um adendo ao projeto elaborado pela UFSC, que será entregue ao Ministério da Educação”, destaca Luciane Carminatti, integrante do grupo que realizou o estudo técnico.
Foto: Em primeiro plano (da esq p/ dir), deputado federal Cláudio Vignatti, reitor Lúcio Botelho e o pró-reitor de pós-graduação da UFSC, Valdir Soldi.