Jornal Laboratório ZERO faz 25 anos
O Jornal Laboratório ZERO, produzido pelos alunos do curso de Jornalismo da UFSC, completou 25 anos em setembro de 2007. Em mais de duas décadas de história, o ZERO firmou-se como referência para grande parte dos jornais laboratórios produzidos no Brasil, tendo acumulado diversos prêmios ao longo de sua trajetória na história da imprensa universitária do país.
Nos primeiros anos, a publicação não tinha periodicidade definida, e como dependia de trabalho quase que exclusivamente manual, raramente ultrapassava uma edição por semestre. Já no início, o periódico tinha uma tiragem relativamente elevada: três mil exemplares, distribuídos para diversas escolas de Jornalismo de todo o país e para vários veículos de imprensa, de circulação regional ou nacional. Na época, o jornal era impresso em Brusque, pois Florianópolis não tinha em grande número de gráficas. O logotipo do jornal surgiu em 1985, criado pelo professor Ricardo Barreto, e ainda hoje é o mesmo.
Para Maria José Baldessar, ex-aluna e atual coordenadora do curso, o ZERO sempre teve a preocupação de se diferenciar de outros produtos lançados no mercado. O professor Ricardo Barreto afirma que o jornal laboratório sempre teve independência editorial para tratar de temas que a grande imprensa não tinha condições ou não queria peitar. Esta maior liberdade do periódico em relação à abordagem dos temas tinha um preço, é claro. Em algumas ocasiões, o jornal recebia críticas pelas denúncias e pelo tratamento que dava a suas matérias.
A publicação foi transformada recentemente em disciplina obrigatória. Antes, era uma optativa, ou seja, apenas os alunos que desejassem fazer a matéria a cursavam. De acordo com Wendel Martins, ex-monitor do ZERO, a transformação da disciplina de optativa para obrigatória, em 2006, foi muito positiva para a produção do jornal, pois quando disciplina não-obrigatória, o jornal laboratório por vezes ficava carente de alunos. Já para Barreto, o periódico é a primeira oportunidade do aluno de publicar uma matéria, de ter contato com a fonte e com a realidade da profissão.
O ZERO coleciona alguns prêmios: os de Melhor Peça Gráfica do Set Universitário da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, de 1988, 1989, 1990, 1991, 1992 e 1998; o de 3º Melhor Jornal Laboratório do Brasil, da Expocom 94 e o de Melhor Jornal Laboratório do I Prêmio Foca do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina de 2000. Hoje a tiragem do jornal é de 5 mil exemplares.
Por Jéssica Lipinski/bolsista de jornalismo da Agecom