UFSC participa do mais importante congresso da área de estudos sobre álcool e outras drogas
Os professores do Departamento de Farmacologia da UFSC, Tadeu Lemos e Rui Prediger, participarão do XIX Congresso Brasileiro da Associação Brasileira de Estudos sobre Álcool e outras Drogas, entre os dias 5 e 8 de setembro, no Rio de Janeiro. Lemos será palestrante da mesa-redonda que discutirá o consumo de drogas nas universidades e Prediger ministrará uma oficina sobre pesquisa básica, clínica e epidemiológica da área. Para Lemos, o evento é o mais importante da área e na sua 19ª edição reunirá pesquisadores internacionais de referência, como o norte-americano John Knight e o francês Bernard Geberowicz.
O congresso é anual e este ano discute o tema ‘Cuidando de nossos jovens’. Lemos conta que o tema é muito importante, já que se observa o início no uso de drogas cada vez mais cedo, muitas vezes por crianças. Assim, o evento reúne pesquisa, prevenção e tratamento, buscando discutir de que forma a questão das drogas é abordada e o que é eficaz ou não. Para isso, são convidados profissionais da saúde, educação, ciências humanas, entre outros.
Lemos, que é especialista em dependência química, afirma que é essencial o estudo sobre o uso de drogas por diversas áreas, pois a dependência é um transtorno biopsicosocial. Ou seja, para que o tratamento seja eficaz, necessita-se do apoio do serviço social, na contextualização do meio em que o dependente vive e de um psicólogo. Além disso, a área médica é responsável pela ação e conseqüências das drogas e a educação atua na prevenção e conscientização dos jovens.
Para os estudiosos da área, o tratamento deve incluir a família, o local de trabalho e de estudo do dependente, pois a dependência química ainda é vista com grande preconceito pelas pessoas e os dependentes tendem à exclusão, isso dificulta um tratamento adequado. Já para a prevenção, o papel de destaque é dos educadores, em atividades que priorizem o esclarecimento, a conscientização e a busca de uma vida saudável, incluindo o esporte na rotina dos jovens e crianças.
Sobre as pesquisas na UFSC, o professor diz que os estudos ainda são poucos, mas que a universidade está despertando para o assunto. Os departamentos de Enfermagem e de Farmacologia produzem pesquisas sobre a maconha, cocaína, álcool e o tabagismo e o Serviço Social está se inserindo na área. Fora isso, são feitas pequenas enquetes sobre a visão da comunidade acadêmica sobre as drogas.
Além de palestras que abrangem todas estas questões relacionadas à prevenção e ao tratamento de usuários, o congresso traz oficinas, conferências e eventos paralelos, como 1ª Conferência da Sociedade Internacional para Pesquisa em Nicotina e Tabaco e o 3 º Encontro Nacional de Educadores. Lemos destaca a conferência sobre ‘As drogas e exclusão social’, já que infelizmente a dependência química ainda é vista com muito preconceito e a exclusão do dependente dificulta o tratamento adequado e seu retorno ao convívio social.
Mais informações sobre a participação dos professores da UFSC no congresso pelo telefone 3721 9491
Por Fernanda Rebelo / Bolsista de Jornalismo na Agecom