Estudantes ainda ocupam a Reitoria
Estudantes da UFSC mantêm, nesta sexta-feira, a ocupação do prédio da Reitoria, enquanto a Administração Central despacha de outro setor da instituição. Em nota oficial divulgada quinta-feira (23), a Universidade lamentou a invasão, que considera um “ato de força impetrado de forma autoritária e intransigente”.
A Administração mantém a posição de só negociar quando os manifestantes desocuparem o prédio, e estes prometem permanecer na Reitoria enquanto suas reivindicações – que incluem a contratação de professores efetivos, aumento no valor das bolsas e investimentos na Biblioteca Universitária – não forem atendidas.
A Reitoria diz reconhecer a gravidade da situação e a legitimidade do movimento, mas condena o uso da violência e apela para a retomada do diálogo. As barricadas de pneus, as faixas de isolamento e os cones colocados por estudantes impedem que os procedimentos que dependem dos setores instalados no prédio sejam viabilizados.
Caso a Reitoria não seja desocupada, a Administração Central pode pedir a reitegração de posse na Justiça, por pressão da própria sociedade. Além de ferir o direito constitucional de ir e vir, a invasão é encarada como uma medida que não representa o pensamento da grande maioria da comunidade universitária, “ferindo direitos básicos de cidadania”.
A maior parte da reivindicações dos servidores – cuja paralisação já entrou no terceiro mês – e dos estudantes não pode ser atendida isoladamente pela UFSC, já que depende de decisões de Brasília. A Reitoria vem mantendo contatos com o Ministério da Educação para que aprofunde o diálogo com dos técnicos, pois a greve está inviabilizando o funcionamento do Restaurante Universitário, da Biblioteca, do Departamento de Administração Escolar (DAE), do Núcleo de Processamento de Dados (NPD) e de vários laboratórios.
Por outro lado, em assembléia realizada na tarde de quinta-feira (23), os professores da UFSC decidiram adiar a votação do indicativo de greve. Uma nova reunião, ainda sem data marcada, será convocada para determinar os detalhes operacionais do processo e marcar a data da plenária que poderá decidir sobre a greve dos docentes, que está sendo articulada pela Andes-Sindical.