Administração Central da UFSC propõe negociação ao Comando de Greve

01/08/2007 21:45

Documento encaminhado pela Reitoria, assinado pelo reitor Lúcio José Botelho, e pelo vice-reitor, Ariovaldo Bolzan, solicita saída negociada para interdição do Núcleo de Processamento de Dados (NPD), considerando os riscos dos equipamentos e o comprometimento da elaboração da folha de pagamento de servidores e professores.

Florianópolis, 1° de agosto de 2007.

Ofício nº 362/GR/2007.

Ao: Comando de Greve dos servidores técnico-administrativos da UFSC

Do: Reitor e Vice-Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina

Assunto: Greve

A Administração Central da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ratificando a sua postura política de diálogo franco e aberto com as entidades representativas e o Comando de Greve dos trabalhadores técnico-administrativos, manifesta a decisão de manter e intensificar as negociações iniciadas com a deflagração do movimento paredista no dia 5 de junho de 2007. A Reitoria comunicou oficialmente ao MEC sobre a decisão tomada na UFSC.

Coerente com as regras e princípios que regem o regime democrático e respeitando a autonomia universitária assegurada pela Constituição, a Administração da UFSC reconhece o direito à greve, à livre manifestação e à liberdade de opinião e expressão, entendendo que os movimentos sociais e reivindicatórios devem ser encarados com maturidade e bom senso.

Contrários ao autoritarismo e ao uso da força, reiteramos a nossa posição de ampliar o canal de diálogo estabelecido com a comunidade universitária e o movimento grevista ao longo dessa caminhada.

As portas da Reitoria da UFSC estiveram e permanecem abertas para a busca de uma solução conjunta e dialogada. Por diversas vezes a direção do Sindicato dos Trabalhadores da UFSC (Sintufsc) e o Comando de Greve foram recebidos no Gabinete do Reitor. A Administração acolheu, além dos servidores, também os estudantes na sala do Conselho Universitário. O reitor marcou presença na Assembléia Universitária. Recebeu ainda um documento com 26 reivindicações, respondidas, uma a uma, e pessoalmente devolvidas ao Comando de Greve, no próprio Gabinete.

Atendendo à solicitação do movimento, o Reitor manifestou sua posição favorável à greve, convocou uma reunião extraordinária do Conselho Universitário, que referendou no dia 17 de julho, por proposição do movimento o texto reconhecendo a justeza da greve e condenando a transformação dos Hospitais Universitários em fundações estatais de direito privado. Portanto, sempre à disposição para negociar e mediar o conflito, a Administração da UFSC atendeu e vem oferecendo possibilidades para avançar na busca do melhor caminho para todos.

A Administração da UFSC, contudo, mostra-se preocupada com o indicativo de uma radicalização que poderá prejudicar, de forma irreparável, a Universidade e a própria categoria.

Neste sentido, apela para a necessidade de uma solução negociada em relação à interdição do Núcleo de Processamento de Dados (NPD), tendo em vista os riscos aos equipamentos e ao comprometimento de atividades essenciais, inclusive a inviabilização da folha de pagamento.

Prof. Lúcio José Botelho

Reitor da UFSC

Prof. Ariovaldo Bolzan

Vice-Reitor da UFSC