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Será apresentado nessa quarta-feira, dia 13 de junho, na sala de cinema do novo Museu do Quai Branly (situado ao lado da Torre Eiffel), o vídeo Germaine Tillion: où il y a danger, on vous trouve toujours, de Carmen Rial e Miriam Grossi. O filme de 50 minutos é resultado de mais de 10 horas de gravações de conversas com Germaine Tillion, antropóloga e heroína da Resistencia Francesa, em Paris e na Bretanha, entre 1999 e 2004. Esta será a quarta apresentação do vídeo, que foi mostrado na Univesité de Toulouse 2, no sul da França; na Université de Lyon 2, situada ao lado do Centro Histórico e da Documentação da Resistência Francesa de Lyon e, em Paris, no auditório da Université de Jussieu, promovido pelo Centro de Ensino, de Documentação e de Pesquisa para os Estudos Feministas.

Tillion, que comemorou cem anos em maio, tem recebido várias homenagens como uma figura ímpar no século XX. Aluna de Marcel Mauss(é dele a frase que dá título ao filme “lá onde há perigo, nós sempre te encontramos”) foi uma das primeiras antropólogas a pesquisar na África, na região de Aurès, no norte da Algéria. De volta à Paris em 1940, ela torna-se importante revolucionária na luta contra o nazismo, integrando a “Rede do Museu do Homem”, da qual participaram vários antropólogos franceses.

Presa e deportada ao campo de concentração de Ravensbrük, Tillion é uma das poucas sobreviventes dessa prisão de mulheres (na qual morreu a brasileira Olga Benário), retirando dessa dramática experiência a primeira etnografia sobre o sistema carcerário e uma opereta (recentemente apresentada no Teatre de Châtelet, em Paris). Teve importante papel de mediação na busca da paz durante a guerra de independência da Argélia, denunciando as torturas contra os líderes do exército revolucionário perpetradas pelo exército francês.

Além das realizadoras, conduzirão o debate sobre o filme duas participantes da Associação Germaine Tillion (Emilie Sabeau-Joiannet e Nelly Forget) e a professora de antropologia visual Barbara Glowczewski, da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais.

O vídeo Germaine Tillion: où il y a danger, on vous trouve toujours faz parte da pesquisa de Miriam Grossi sobre a participação das mulheres na Antropologia Francesa. É uma realização do NAVI (Núcleo de Antropologia Visual e Estudos da Imagem), do Departamento de Antropologia do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFSC, tendo sido editado pelas realizadoras, por Fábio Lessa e por Izomar Lacerda. A capa do vídeo é de Marina Moros. O video será apresentado em Florianópolis no segundo semestre, em data a ser divulgada posteriormente.

Mais informação: rial@cfh.ufsc.br, miriamgrossi@gmail.com,

peri@cce.ufsc.br ou pelo telefone 00XX33.1.5362.1722.