Luta antimanicomial é discutida em encontros na UFSC
O debate sobre a luta antimanicomial ganhou espaço no Campus da UFSC nesta quarta-feira, dia 27. As discussões começaram pela manhã, com a realização do I Fórum Estadual de Associações de Usuários e Familiares de Serviços de Saúde Mental, no auditório do Centro de Convivência. No mesmo local, no período da tarde, foi realizado o II Encontro Regional Sul da Luta Antimanicomial.
Na organização dos eventos estão militantes da luta antimanicomial, trabalhadores, usuários, familiares e estudantes. O objetivo foi discutir as políticas públicas aplicadas à saúde mental e fazer um levantamento de quais pessoas e associações participam do movimento no Estado.
O movimento da luta antimanicomial teve origem no final da década de 1970, quando encontros realizados em vários locais do país passaram a pensar em transformações para política e prática da psiquiatria.
A partir do II Congresso Nacional do Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental, realizado na cidade de Bauru (SP), cresceu a participação de usuários e familiares e houve um distanciamento entre o movimento e o governo. Nesse momento definiu-se o lema “por uma sociedade sem manicômios”. No encontro foi criado o Manifesto de Bauru, que para alguns é um documento de fundação do movimento antimanicomial.
O primeiro Encontro Nacional da Luta Antimanicomial foi realizado em Salvador (BA), em 1993, ano em que foi consolidado o Movimento Nacional da Luta Antimanicomial.
Militantes do movimento criticam o modelo de internação psiquiátrico pela ausência de trocas sociais entre os usuários e a sociedade, pela disciplina do corpo com entorpecentes e pela atrogenia, que é fazer com que o usuário se enxergue como vítima de uma doença.
Jefferson Rodrigues, militante do movimento e pós-graduando da UFSC, diz que o termo “antimanicomial” causa estranhamento e rejeição para muitas pessoas que acreditam que os “loucos” devem ser internados. Outro problema que impede a aceitação do movimento é o valor cultural sobre os hospitais de psiquiatria.
Rodrigues diz que na UFSC os estudos e pesquisas sobre saúde mental estão restritos aos departamentos. “Apesar de existirem vários trabalhos na universidade, não existe uma unidade entre eles”, relata.
Por Talita Fernandes / Bolsista de Jornalismo da Agecom





























