Semana da Geografia discute mudanças climáticas e recursos hídricos

21/05/2007 17:25

`Recursos Hídricos, Clima e Desenvolvimento` é o tema da 28ª Semana da Geografia, que começa nesta segunda-feira (21/5) e prossegue até o dia 25 de maio, no auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFSC. Os professores do Departamento de Geociências da UFSC, Gerusa Maria Duarte, Luiz Fernando Scheibe e Magaly Mendonça, organizadores do evento, ressaltam a importância de abordar o lado científico e político do tema, pois as mudanças climáticas têm sido demasiadamente vinculadas a previsões catastróficas.

A Semana de Geografia é anual e busca aproximar estudantes da área e professores de toda rede de ensino interessados em atualizar seus conhecimentos. A 28ª edição do evento trará palestras com pesquisadores brasileiros, argentinos e chilenos, além de exposição de trabalhos na forma de painéis. Serão também oferecidos mais de 10 minicursos, entre eles `Modelo Energético: Conseqüências Sociais e Ambientais` e `Excepcionalismos Pluviométricos e os Desastres Naturais em Santa Catarina`, ambos ministrados por integrantes do Departamento de Geociências da UFSC.

Entre os destaques da Semana estão a mesa-redonda `Água Subterrânea e Desenvolvimento` e o painel `Aqüífero Serra Geral`. O professor Luiz Fernando Scheibe explica que as águas subterrâneas seriam uma reserva de água para o homem até a adaptação total às novas condições de vida, caso as mudanças climáticas afetem negativamente a distribuição de água e o regime de chuvas.

Scheibe destaca outro aqüífero importante para Santa Catarina – o Aqüífero Guarani – e fala que a importância das águas subterrâneas ainda é pouco conhecida. Segundo Scheibe, a exploração deste tipo de reserva possui restrições e nem sempre a água é potável, como em alguns locais do Aqüífero Guarani.

A professora Magaly Mendonça cita a presença do professor Hugo Romero, do Departamento de Geografia da Universidade do Chile, como outro destaque do evento. Romero ministrará a conferência de abertura, falando sobre os desafios geopolíticos no Norte do Chile. Já o painel `Clima e Modelos de Previsão` apresentará um confronto entre as idéias de dois pesquisadores brasileiros. De um lado a defesa das previsões do Painel Intergovernamental Sobre Mudança Climática (IPCC), de outro teses sobre o resfriamento da Terra.

A professora Gerusa Maria Duarte destaca o interesse da conferência de encerramento do evento, marcada para a manhã da sexta-feira, em que a professora argentina Ana Maria Liberali divulgará dados sobre a presença de agroquímicos nas águas dos rios da Bacia do Prata.

Os organizadores da 28ª Semana da Geografia alertam que mesmo muitas previsões sendo extremadas, há estudos comprovados sobre a elevação da temperatura terrestre. Além disso, pesquisas na área das Geociências apontam este momento como “ótimo climático”, o que seria o clima mais adequado para o desenvolvimento das atividades humanas.

Segundo os professores, mudanças climáticas têm sido uma constante no tempo geológico e a ação humana pode estar potencializando estas transformações – o que implicará em adaptações do modelo econômico em prazo curto. “Essa circunstância pode favorecer os grandes detentores de capital e colocar em risco ainda maior a sobrevivência dos excluídos do modelo econômico dominante”, preocupam-se os organizadores. Por esse motivo, alertam, é essencial a reflexão sobre o estilo de vida das pessoas e a redução no consumo, baseada numa diferenciação do que é nível de vida (medido pelo consumo) e qualidade de vida (medida pelo bem-estar geral das pessoas).

A 28ª Semana de Geografia também tem como objetivo promover reflexões sobre temáticas que estão cotidianamente na mídia.

Outras informações com o professor Luiz Fernando Scheibe: 3721 8813 ou no site www.cfh.ufsc.br/semageo28/

Por Fernanda Rebelo / Bolsista de Jornalismo na Agecom