Reunião da ABEU

18/05/2007 19:44

Um passo para a venda eletrônica

Sistema quer preparar editoras para a venda on-line

A EquipeDigital.com, através de Vicenzo Berti, apresentou para os associados da ABEU, além do novo portal, uma proposta diferente para a atualização dos dados.

O portal, que funciona desde 2004, conta com espaço para notícias, agenda e catálogo, onde estão expostos livros de todos os associados das editoras universitárias. A idéia da equipe é ampliar o sistema para que cada associado atualize o seu próprio catálogo e este integre o geral, da ABEU. A nova proposta se constituiria num primeiro passo, para o que no futuro pode se tornar o comércio eletrônico de livros das editoras.

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Como enfrentar a rede?

Livros e textos publicados na internet podem conviver harmoniosamente

Uma das preocupações nas editoras hoje é a concorrência que os livros sofrem com a internet. Os mais pessimistas já falam no “fim do livro”. Para falar sobre o tópico o professor do departamento de Letras da Universidade Federal de Santa Catarina, Sérgio Luiz Prado Bellei, esteve presente na reunião da ABEU, ontem à tarde.

O professor frisou que para entender a questão era preciso voltar ao passado. Ele afirmou que se fala no “fim do livro” pelo crescimento da tecnologia, desde 1985.

Bellei lembrou o filme Farenheit 451 para levantar a questão sobre o fetichismo em que se envolvem as obras. “O livro não pode ser visto como uma entidade mágica”, explicou o professor.

O grande ponto para ele é ver as publicações como tecnologia. Lembrou ainda que com o surgimento da televisão o rádio não acabou. “Nós podemos ter antologias e textos híbridos, é uma questão de adaptação”, apontou. A internet fornece, através dos meios de interatividade, múltiplas identidades e a produção de conteúdos entre receptores, o que não caracteriza exatidão. “O meio digital democratiza, mas a confiabilidade não é grande”, revelou ele. Para o professor a rede ganha na consulta pela facilidade de busca, mas tem sérios problemas com a narrativa pelo formato de texto em bloco.

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O que podemos fazer

PNLL quer sistematizar ações para promover a leitura

O secretário-executivo do Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL), José Castilho Neto, apresentou aos associados o Plano Nacional do Livro e números sobre a leitura no país.

O Plano traz dados preocupantes: a média de 1,8 livro lido por habitante (apurado em 2001) contrasta com o fato de o Brasil ser um dos oito maiores editores de livros do mundo, com cerca de 300 milhões de publicações por ano. O PNLL também mostra que a raiz do problema não é a falta de investimentos, já que o governo federal está destinando, em 2007, R$767 milhões para os programas.

O que o PNLL pretende é conhecer, sistematizar e integrar ações para promover o livro e a leitura no país. A união entre o Ministério da Cultura e da Educação no Plano é considerada fundamental pelo secretário. “Passaram-se 22 anos desde a criação do Ministério da Cultura até que uma ação conjunta acontecesse”, revelou Castilho.

Nesse primeiro momento o importante é mapear as ações para criar um banco de dados. “Muitas ações estão separadas e então os esforços acabam repetidos”, observou. Neste ponto entra o papel das editoras universitárias. Hoje as ações da ABEU se constituem no catalogo eletrônico das publicações: o projeto editorações em Braille da edUFAL, a participação na Bienal do Livro, a reunião anual da Associação, o projeto Leitura é Vida, Universidade do Livro (editora Unesp) e a oficina de criação literária (editora Unesp).

Castilho salientou que o mais importante agora é as editoras verem o que estão produzindo e de que forma podem contribuir para o Plano. “É preciso que vocês pensem como podem ajudar”, explicou.