Mapas para deficientes visuais produzidos em laboratório da UFSC são expostos na Sepex

18/05/2007 09:33

Folhas de papel, linhas de barbante, palitos de sorvete, papel dobradura. Com estes materiais, é possível produzir um mapa especial, interpretado através do toque das mãos. São os chamados mapas táteis, desenvolvidos especialmente para deficientes visuais. Eles servem para ajudar na orientação e locomoção de pessoas cegas em lugares públicos, e também como material didático, para mostrar aspectos como relevo, divisão territorial, entre outros. Porém, têm como principal função a inclusão social, já que disponibilizam informações antes inacessíveis por uma parcela da população.

Estes instrumentos são desenvolvidos pelo Laboratório de Cartografia Tátil da UFSC e estão em exposição no estande do Departamento de Geociências, na 6ª Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão. Um dos trabalhos realizados atualmente pelo laboratório é o desenvolvimento de um padrão para a confecção dos mapas táteis. Os padrões criados serão repassados à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Antes de estabelecer padrões, os mapas devem ser aprovados pelos próprios cegos, que testam a eficiência dos materiais escolhidos. Um mapa tátil deve apresentar texturas e elementos que transmitam a mensagem proposta com facilidade.

O laboratório participou também da criação do primeiro mapa tátil da área central de Florianópolis, projeto desenvolvido pela aluna Luciana Cristina de Almeida e pela professora Ruth Emília Nogueira Loch. O painel possui representação de diversos pontos do centro da cidade, como da Catedral, do terminal de ônibus e das principais ruas e praças. Atualmente, está instalado no Terminal do Centro (Ticen).

Os recursos dos trabalhos idealizados pelo laboratório são provenientes da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Mundialmente, a produção de mapas táteis é escassa. Na Espanha, a Organización Nacional de Ciegos Españoles (ONCE) produziu alguns mapas para cegos em escala grande. Em Portugal, a responsabilidade de confecção destes materiais é do Governo, através do Ministério da Educação, e são usados apenas como materiais didáticos.

No Brasil, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) iniciaram pesquisas na área na década de 90. Em Santa Catarina, até 2004, os mapas táteis eram de responsabilidade da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE), mas a produção ocorria sem a orientação de especialistas em cartografia. Desde então, o Departamento de Geociências da UFSC vem pesquisando para melhorar os mapas táteis produzidos na FCEE. Em 2006, com recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia, foi montado então o laboratório de Cartografia Tátil.

O estande do Departamento de Geociências localiza-se na área de Meio Ambiente.

Mais informações pelo telefone 3721-8593

Por Ana Carolina Dall’Agnol / Bolsista de Jornalismo na Agecom