Especialista mostra como facilitar a circulação do livro universitário
Estabelecer um plano para distribuição conjunta dos livros das editoras universitárias e ampliar o número de atacadistas e distribuidores para atender as redes de livrarias e as pequenas lojas, inclusive do interior dos estados mais distantes. Estas foram duas medidas sugeridas por Eduardo Yasuda, da Associação Nacional de Livrarias, para fazer o livro universitário chegar ao maior número possível de pontos de venda no País. Ele foi um dos palestrantes do primeiro dia da 20ª Reunião Anual da Associação Brasileira de Editoras Universitárias (Abeu), que está sendo realizada na UFSC, em Florianópolis.
Falando para representantes de editoras de todo o Brasil, Yasuda também sugeriu a criação de políticas de vendas para as livrarias e feiras, a elaboração de planos de mídia, em parceria com as livrarias, para tornar os títulos conhecidos e chamar a atenção dos potenciais leitores, e pesquisas de mercado para identificar o perfil dos leitores das editoras universitárias. Com isso, acredita ele, será possível vencer o maior problema do setor, que é a ampla circulação do livro universitário.
Além disso, as editoras precisam encontrar soluções para outras dificuldades que reduzem a capacidade de fazer o livro chegar à população, como a grande extensão territorial do País, que dificulta o acesso às informações, o elevado custo do frete e o não-cumprimento dos prazos de entrega. Ele acredita que um encontro como o da Abeu pode facilitar a identificação de caminhos que resolvam esses impasses para as editoras universitárias. “Editar livros de qualidade não basta, é preciso mostrá-los à sociedade”, afirma ele.
Eduardo Yasuda também apresentou um levantamento feito pela ANL mostrando que existem 2.676 livrarias com CNPJ no País, sendo que 53% estão na região Sudeste, 20% no Nordeste e 15% no Sul. O Estado de São Paulo tem, sozinho, 25% de todas as livrarias brasileiras, ou seja, 676 estabelecimentos cadastrados oficialmente. Na região Sul, o Paraná tem 185 livrarias (44%), o Rio Grande do Sul, 166 (40%), e Santa Catarina, 66 (16%).
Feiras internacionais
Outro palestrante da reunião da Abeu foi Armando Antongini Filho, da Câmara Brasileira do Livro (CBL), que falou sobre a importância da participação das editoras universitárias em feiras internacionais. A Câmara leva os livros brasileiros para Frankfurt (o maior evento do gênero no mundo), Paris, Bolonha (Itália), Buenos Aires, Santiago, Guadalajara (México) e outras cidades que realizam feiras anuais. Ele alertou, no entanto, que antes de viajar é preciso conhecer as características de cada feira e preparar material de divulgação de elevada qualidade, para sensibilizar eventuais compradores e parceiros externos. Uma vez na feira, deve-se cumprir rigorosamente os horários das reuniões e buscar parcerias que combinem com o perfil e o público de cada editora. “Nesses eventos, tudo é absolutamente profissional”, diz Antongini.
Uma vantagem atual, em relação ao Brasil, é que “somos bem vistos lá fora”, afirma o representante da CBL. Muitos editores têm admiração pela literatura brasileira e também “se impressionam com o fato de um ex-operário estar na presidência da República”. Por outro lado, as editoras vêm buscando autores que tenham prêmios em seu currículo, para assegurar a qualidade das obras que vão traduzir. Autores como Paulo Coelho e Augusto Cury são sucesso no exterior, e os títulos de auto-ajuda brasileiros possuem hoje um mercado consolidado na maioria dos países do mundo.































