Simpósio Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional será realizado em maio na UFSC
A UFSC sedia de 2 a 5 de maio o III° Simpósio Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional. O evento é promovido pelos departamentos e programas de pós-graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, do Paraná e de Santa Catarina, em parceria com a Associação Nacional dos Profissionais de História –(Anpuh), núcleo regional Rio Grande do Sul.
O professor da UFSC Henrique Espada, que integra a equipe organizadora, afirma que o simpósio tem o objetivo de atualizar as discussões sobre a experiência de escravidão e da pós-abolição brasileira. Espada diz que o estudo dessa área abre espaço para outros mais atuais, como a história do trabalho no Brasil, as ações afirmativas dos negros e ainda comparações da escravidão dentro do próprio país.
Para estudantes e público em geral, será oferecido o minicurso `Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional`. O minicurso abordará o contexto histórico da escravidão até a pós-abolição e os processos de ocupação dos meios rural e urbano. Em quatro módulos, será ministrado por doutorandos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Universidade Federal do Rio Grande do SUL (UFRGS) e por Sílvio Marcus Correa – professor do Departamento de História e Geografia da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC – RS).
No IIIº Simpósio Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional, as discussões ficarão em torno da escravidão indígena e negra, das relações inter-raciais e das conseqüências no processo de abolição da escravidão, como o destino dos descendentes de escravos e a busca pela cidadania.
Espada revela que a escolha pela parte meridional do Brasil se deu pelos contrastes em sua história e por abrir espaço para trabalhos originais. Mas no terceiro encontro, a organização buscou também temas que envolvam ou que comparem a Região Sul, porque apesar de ser um estudo muito rico historicamente, ainda é pouco conhecido o processo de escravidão nessa região.
Com esse intuito, o trabalho de Daniela Fernanda Sbravati, da UFSC, com o título `Cativeiro e propriedade em Desterro na segunda metade do século XIX`, caracteriza a influência portuguesa, a presença dos escravos africanos e as relações inter-raciais da época. Sbravati tenta resgatar personagens e em suas pesquisas percebe que muitos proprietários de terras e escravos eram mulheres. Assim, o trabalho fala das práticas sociais exercidas pelas populações de origem africana e pelas mulheres proprietárias. Também trata da posição de outras camadas populares discriminadas em relação à escravidão.
Mais de 60 pesquisadores são esperados para o evento e os organizadores apontam o professor e historiador Ira Berlin, da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos e o professor João José Reis, da Universidade Federal da Bahia, como principais conferencistas. Berlin é autor do livro Gerações de Cativeiro, que traz uma análise da escravidão nos EUA e Reis dará a conferência de abertura ` Candomblé e resistência escrava na Bahia oitocentista`.
Além das conferências, o contará com uma exposição de baners, dia 2 de maio, no hall do 1º andar do Centro de Cultura e Eventos.
A programação do III° Simpósio Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional está em www.labhstc.ufsc.br/iiiencontro.htm
Outras informações no telefone 37218611.
Por Fernanda Rebelo / Bolsista de Jornalismo na Agecom