Professora da UFSC é finalista do prêmio Santader Banespa de Ciência e Inovação

13/11/2006 13:41

O Prêmio Santander Banespa de Ciência e Inovação possui uma professora da UFSC entre os finalistas: Rosimeri de Fátima Carvalho da Silva, do departamento de Administração. Através de seu projeto de pesquisa, intitulado “Indicadores culturais do desenvolvimento em Santa Catarina”, a docente concorre com mais 15 profissionais, provenientes de instituições como a USP, a Unicamp e a UFRJ. O prêmio Santander Banespa de Ciência e Inovação contempla doutores que produzirem as melhores pesquisas de caráter tecnológico e inovador.

O projeto dá continuidade às pesquisas do Observatório da Realidade Organizacional, grupo interinstitucional coordenado pela professora, que agrupa pesquisadores da UFSC, UFPE e EBAPE/FGV desde 2000. “Em uma de suas linhas de pesquisa o grupo procura analisar as relações entre cultura, poder e desenvolvimento local. É nesta linha que se insere o projeto”, salienta Rosimeri.

Doutora pela Ecole de Hautes Etudes Commerciales, na França, a doutora desenvolveu o projeto pela necessidade de indicadores culturais em Santa Catarina que se adaptem à emergente realidade do desenvolvimento sustentável. De acordo com a pesquisa, “Trata-se de trabalhar com novos sistemas de indicadores que capturem de maneira mais eficaz outros componentes que não eram considerados na concepção clássica de desenvolvimento”.

O projeto propõe um estudo piloto para a construção de bases de dados e, a partir destas, indicadores de desenvolvimento cultural. Segundo a professora, os dados devem evidenciar não somente os impactos econômicos da cultura no desenvolvimento em Santa Catarina, mas também as conseqüências sociais das atividades culturais.

Adaptação

Grandes tratados internacionais como a Agenda 21 e o Protocolo de Kyoto demonstram uma nova tendência. A concepção do desenvolvimento sustentável – baseada em atender as necessidades do presente sem comprometer as gerações futuras – ganha força progressivamente. Isso contraria a visão clássica de desenvolvimento das sociedades, que era alicerçada apenas pelo crescimento econômico.

Contrariando o senso comum, o desenvolvimento sustentável não se restringe apenas a fatores “ambientais”; relacionados aos recursos naturais. O conceito da sustentabilidade possui uma série de aspectos sociais que passam a ser incluídos nos preceitos para o desenvolvimento, conforme explica o projeto “Expandido às esferas social, econômica e cultural, remete para mecanismos de inclusão, crescimento sustentável e preservação da identidade”. A cultura, portanto, é uma dessas esferas.

A pesquisa da professora Rosimeri revela a importância dos indicadores culturais nessa nova configuração, e até mesmo para a economia. “Cultura, hoje, é um segmento cada vez mais importante para o desenvolvimento integrado das sociedades, e para o crescimento econômico propriamente dito”, explica a autora.

Por Gustavo Bonfiglioli / bolsista de Jornalismo da agecom