Pesquisadores da UFSC realizam estudo sobre obesidade em crianças
Alunos do ensino fundamental de escolas públicas e particulares de Florianópolis participaram de um estudo, realizado pelo Departamento de Nutrição da UFSC, para avaliar o impacto de um programa de prevenção da obesidade. As pesquisas procuraram verificar as possíveis mudanças ocorridas nos valores de peso, altura, índice de massa corporal e no consumo alimentar dos estudantes durante o período de permanência na escola, antes e após interferência nutricional.
O programa de intervenção baseou-se em ações de educação nutricional e no estímulo à prática de atividades físicas. A amostra contou com 135 alunos, sendo 91 de uma escola particular e 44 de uma escola pública. Eles foram divididos em dois grupos: sobrepeso/obesidade e não-sobrepeso/obesidade. Foram realizadas duas avaliações de peso, altura e índice de massa corporal das crianças, uma antes e outra após a intervenção aplicada entre março e julho de 2006.
Outro aspecto avaliado foi a qualidade dos alimentos consumidos pelas crianças durante o período de permanência na escola. Os lanches foram classificados em permitidos ou proibidos, com base na Lei das Cantinas do Estado de Santa Catarina. De acordo com a lei, são considerados alimentos proibidos: balas, pirulitos, gomas de mascar, refrigerantes, sucos artificiais, salgadinhos industrializados, salgados fritos e pipocas industrializadas. Também está prevista a obrigatoriedade de comercialização de pelo menos duas frutas sazonais. No estudo, todos os demais alimentos registrados pelos escolares foram considerados permitidos.
Após o programa, na escola particular a porcentagem de crianças com sobrepeso/obesidade diminuiu de 26,9% para 23% nas turmas que sofreram intervenção, e aumentou de 38,4% para 41,5% nas turmas que não sofreram intervenção. Já na escola pública, o porcentual passou de 20,7% para 24,1% nas turmas submetidas à interferência e de 38,4% para 41,5% nas turmas que não sofreram interferência, sem representar diferenças significativas.
O consumo de alimentos considerados proibidos diminuiu nas turmas que sofreram intervenção das duas escolas, demonstrando melhora qualitativa no lanche dos estudantes após educação nutricional. Os pesquisadores ressaltam que os alimentos proibidos, que causam a obesidade, podem ser adquiridos dentro ou fora da escola. Portanto, é necessário direcionar programas de educação nutricional a professores, merendeiras e cantineiros, pois alterações nos valores de peso, altura e índice de massa corporal requerem mudanças de hábitos alimentares e de estilo de vida.
O estudo foi realizado por Patrícia Salvador Fernandes, bolsista do Programa de Iniciação Científica em Nutrição, com orientação do professor Francisco de Assis Guedes de Vasconcelos e colaboração das bolsistas Carla Bernardo, Rafaela Vidal e Vivianne Rêis Bertonselho, além da nutricionista Rosângela Mirela Marchi Beltrão Campos.
Para mais informações mande e-mail para: patisfernandes@gmail.com ou ligue para professor Francisco de Assis Guedes de Vasconcelos – 3331 9784
Por Ingrid Cristina dos Santos / bolsista em Jornalismo da Agecom