Teatro da UFSC recebe “Alvimar Amprúguedi“ e ” Crimes Delicados”
Acontece no Teatro da UFSC neste fim de semana a apresentação de duas peças teatrais: “Alvimar Amprúguedi“ dia 27/10, sexta-feira, e “Crimes Delicados”, dias 28 e 29/10, sábado e domingo, ambas às 20 horas.
ALVIMAR AMPRÚGUEDI – Sinopse
Neste espetáculo – que pretende ser uma viagem ao interior de Minas com direito a pinga, moda de viola e muita prosa da boa -, o universo do caipira é resgatado através de causos engraçadíssimos que são intercalados com modas de viola recheadas de comicidade, simplicidade e bom humor.
Acompanhado de seu inseparável berrante e seu violão que não pluga (daí o nome amprúguedi), Alvimar divide com a platéia todo o seu sofrimento causado por sua ex-mulher Rosinha, além de mostrar a singela e inusitada visão do homem do campo sobre as coisas “mudernas da capitar” como as festas Raves e as Drag Queens.
O espetáculo tem como marca registrada a improvisação e a interação com a platéia, além de ser todo falado em caipirês, “afinar di contas, nóis é Jeca mais é jóia!!!”. A peça tem duração de 40 minutos.
CRIMES DELICADOS, com a Síncope Cia de Cênicas:
Sinopse
Hugo e Lila levam uma vida de aparente harmonia, e vivem num clima de ternura. Há entre os dois um único problema: Lila quer assassinar seus pais. A moda agora, segundo os jornais, é matar os pais. Para realizar seu intento, Lila conta com a conivência de seu marido. Como ambos não tem experiência no assunto, decidem “treinar a mão” assassinando a empregada. Apesar de cometerem o assassinato, a empregada Efigênia reaparece, “inteira e viva”. Como seguir com o plano? Como seguir vivendo? Como manter a sanidade?
Criado a partir do texto do mineiro José Antônio de Souza, Crimes Delicados é a primeira montagem da Síncope Cia de Cênicas, grupo formado por acadêmicos do Curso de Artes Cênicas da Universidade do Estado de Santa Catarina. O espetáculo toca na questão dos modismos em detrimento de um desejo genuíno dos seres humanos, além de discutir a violência inerente a qualquer um, o sadismo e as relações do casal, que em situações limítrofes expõem sinais de fraqueza.
A Inspiração em Hooper
Eduard Hooper, artista plástico americano, foi uma inspiração constante na montagem. Suas obras, ilustrações de personagens imóveis, pouco se parecem como uma tela de fato estática, e sim a filmagem de alguém que não se move, como se uma ação fosse detida num instante qualquer. Mesmo nas paisagens, sem a presença de pessoas, o que impera é a melancolia, a solidão.
O cenário da montagem é inspirado na pintura Motel do Oeste, e os figurinos em outras telas de Hooper. O figurino de Hugo, personagem da trama, reproduz um auto-retrato do pintor. Lila, esposa de Hugo, traja um casaco verde e chapéu amarelo, como na tela Autômato, e um vestido vermelho que reporta a algumas outras telas do pintor.
Em suas telas a certeza de algum conflito insolúvel assombra a tela. Seus ambientes, tipicamente americanos transmitem ao mesmo tempo uma alienação e uma ruptura com essa alienação.
O Processo de Criação
“Crimes Delicados” foi criado nas disciplinas de Encenação I e II do CEART / UDESC, ao mesmo tempo em que se articulou ao trabalho que a Síncope Cia de Cênicas desenvolvia desde 2004 no âmbito universitário.
No momento inicial da peça, observamos um casal que é a imagem da perfeição. Para a composição dessa parte do espetáculo a interpretação partiu de leituras de mesa, que aos poucos foram definindo um “desenho” das falas, sobrepondo posteriormente este desenho às imagens construídas corporalmente, reproduzindo quadros de Hopper, o que o grupo chama neste processo de corpo-imagem. O corpo-imagem, conceito explorado na composição física dos personagens, confere aos atores uma qualidade de movimento que imprime algo plástico equivalente às pinturas do Hooper. Ao criar uma vida de aparências do casal central, o grupo optou pela construção destes quadros em movimento.
Já para embasar a construção do segundo ato, em que o casal acaba de cometer seu o planejado crime, o grupo partiu para a construção de partituras de ações desapegadas do conceito de corpo-imagem. Têm-se assim duas linhas de abordagem de atuação distintas como base da diferenciação entre a “vida de aparências” do primeiro ato e do conflito que começa a tomar a cena a partir do segundo ato.
Ainda no que diz respeito à construção do segundo ato, o grupo explorou a construção de ações-base. Por exemplo: para Lila, a ação base é a de estrangular, então, todos os seus gestos carregam esta qualidade de estrangular. Como arrumar o cabelo ou passar batom como quem estrangula? Hugo, calmo e metódico, tem como ação-base o ato de colocar a agulha de uma vitrola sobre um disco. Efigênia, que segundo seus patrões não tem o valor de um ser humano (para eles ela é o seu ofício), tem a ação-base.
Ficha Técnica:
Texto de José Antônio de Souza | Direção: Marcelo F. de Souza | Elenco: Diego di Medeiros (Hugo) | Drica Santos (Efigênia) e Lara Matos (Lila) | Concepção Sonora: Marcelo F. de Souza | Iluminação: Marcelo F. de Souza e Ivo Godois | Operação Técnica: Evandro Linhares | Figurinos: Karina DeGregório e Marcelo F. de Souza | Cenário: Evandro Linhares e Marcelo F. de Souza | Preparação Vocal: Bárbara Biscaro | Projeto Gráfico: Daniel Olivetto | Produção: Daniel Olivetto, Diego di Medeiros, Drica Santos, Karina DeGregório e Lara Matos
SERVIÇO:
O QUÊ: Espetáculo teatral “Alvimar Amprúguedi“
QUANDO: Dia 27/10, sexta-feira, no Teatro da UFSC, às 20 horas.
O QUÊ: Espetáculo teatral “Crimes Delicados“
QUANDO: Dia 28 e 29/10, sábado e domingo, no Teatro da UFSC, às 20 horas.
QUANTO: “Crimes Delicados“: R$ 5,00 inteira e R$ 2,50 meia entrada
CONTATO: “Crimes Delicados“: (48) 32235706, (48) 9158-0967
sincopecenica@gmail.com
Fonte: [CW] DAC-PRCE-UFSC, com texto e foto do grupo.