EXTENSÃO: trabalho com portadores da doença de Parkinson se expande para outras instituições e se transforma em pesquisa

25/10/2006 17:38

Em busca de uma melhor qualidade de vida, a Associação Parkinson Santa Catarina (Apasc) reúne portadores da doença, familiares, cuidadores, profissionais e interessados para o compartilhamento de informações e vivências, além da realização de atividades físicas, recreativas e culturais. Com o mesmo objetivo é desenvolvido um projeto de extensão na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), orientado pela UFSC, que foi apresentado na última segunda-feira no Congresso Brasileiro de Extensão Universitária.

A Associação atua em parceria com a UFSC desde a sua fundação, em 2004, pois é um dos resultados do projeto de extensão “Grupo de ajuda mútua dos portadores de doença de Parkinson e seus familiares”, criado um ano antes sob a coordenação da enfermeira docente Angela Alvarez. No início, os encontros do projeto reuniam os portadores, familiares e profissionais voluntários da área da saúde a cada 15 dias, nas dependências do Núcleo de Estudos da Terceira Idade da UFSC (NETI). A troca de experiências, o esclarecimento sobre direitos e benefícios e a assistência profissional no tratamento e acompanhamento dos portadores eram as principais atividades do grupo.

A evolução obtida pelo projeto com o desenvolvimento das tecnologias assistivas para os portadores da doença de Parkinson resultou em um projeto de pesquisa, custeado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), no início de 2006. Com a pesquisa, o trabalho do grupo se estendeu à Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, na cidade de Jequié. Como a UFSC orienta os trabalhos feitos em Jequié, a metodologia utilizada na Bahia é a mesma daqui, mas o intercâmbio entre as universidades abrange também a troca de resultados e avanços obtidos com o trabalho. A responsável pelo projeto na UESB, Edméia Campos Meira, explica que em todas as reuniões os participantes conversam sobre temas diversos e participam de atividades musicais e corporais.

Terapias variadas

Música e exercício físico também são desenvolvidos pela Associação Parkinson Santa Catarina. Hoje, além do grupo de ajuda mútua que continua se reunindo quinzenalmente, há a oferta de outras atividades. Fonoaudiologia, musicoterapia, jogos de bocha, atividade física e dança de salão são as opções para os participantes da Apasc. Onze profissionais da UFSC participam da Associação, porém a Diretoria, que tem seis pessoas, é composta principalmente por portadores da doença de Parkinson.

Doença de Parkinson

Identificada pelo médico inglês James Parkinson, em 1817, é uma alteração do sistema nervoso central que afeta os mecanismos de produção de neurotransmissores, resultando em distúrbios do movimento (tremores, rigidez muscular e alterações posturais). Problemas não motores também podem estar presentes no quadro da doença, especialmente depressão e os relacionados com alteração do sono, da memória e do comportamento.

As causas da doença ainda são desconhecidas, mas admite-se que 5% dos casos sejam hereditários e que o restante esteja vinculado a causas múltiplas (medicamentosa, tóxica, infecciosa ou traumática). A doença atinge cerca de 1% da população, sem distinção de sexo ou origem étnica.

Fonte: http://parkfloripa.blogspot.com/

Outras informações pelos telefones (48) 3331 6651, (48) 3331 9445 ou pelo e-mail parkinson@floripa.com.br.

Por João Gustavo Munhoz / Bolsista de Jornalismo na Agecom