EXTENSÃO: nesta segunda, Banda Tarrafa Elétrica no Projeto 12:30

23/10/2006 08:38

Das redes de pesca dos barcos do Itajaí, do mangue do saco da Fazenda, das areias pisadas da Brava, do Pinheiro do Poá, das ondas perfeitas do Atalaia, da cachoeira da Vermelha, nasceu a Tarrafa Elétrica.

Mesclando o tradicional e o contemporâneo, a chumbada de cultura do grupo une o risoto de marisco com beatgroove, tainha com surf, jornalismo musicado com poesia, terno de reis e suingue.

Uma re-leitura da cultura açoriana com uma pitada de ousadia e crítica sócio-ambiental áspera e certeira, a Tarrafa Elétrica vem unindo a juventude com muita música boa e letras que induzem uma reflexão diferente sobre nossa realidade.

O Grupo Cultural Tarrafa Elétrica propõe ações que ecoam além dos altos-falantes, efetivos agentes de fomentação e formação cultural na cidade de Itajaí.

Com base na cultura açoriana, que em Santa Catarina aportou e se miscigenou com as diversas culturas que aqui estavam presentes, o Tarrafa Elétrica canta e exalta a vida litorânea, influenciado também pelos conhecimentos e tradições indígenas e africanas, regada a caldo de peixe e cantoria de reis abrindo caminho para colocar o boi de mamão nas ruas e na mente do povo. Para isso, nada melhor que romper fronteiras e barreiras, que muitas vezes são verdadeiras muralhas que impõem limites culturais a grande parte da sociedade.

Levando através de uma mistura que une a música de raiz com as novas tendências do século XXI, os temas cantam e contam o cotidiano praiano como nos títulos “Pesca da Tainha” e “Pode Tarrafiê”, e sua influência cultural nas “Auto-Dançante” e “Triste amor de Maricota”, a proposta de manifestação artística do grupo não se restringe apenas em levar a musica até as pessoas, transcende e integra vários tipos de arte.

As situações que recheiam a nossa realidade com dor e alegria não escapam do olhar apurado dos peixeiros. Com o jornalismo-musicado, sutil e certeiro, a Tarrafa Elétrica leva à reflexão sobre a condição atual da sociedade e do planeta. “Siri Mutante”, “Cidade dos Containeres”, “Catarina”, “Aonde Está”, reportam a poluição na Praia Brava, o processo de “containerização” e o desaparecimento de culturas tradicionais.

ATITUDE

Segundo o grupo, o processo de transformação cultural nunca será efetivo se não for contínuo. Com esse intuito, desenvolvemos junto a ONG Centro de Arte, Cultura e Comunicação Popular Barca do Povo, oficinas e apresentações junto às crianças. Entidades e associações que assim como “O Tarrafa” levantam a bandeira da resistência cultural. Como é o caso do Grupo de Dança Portuguesa e Boi-de-Mamão do Seu Arnoldo “Cueca” e dos cantores anônimos de Terno de Reis da região que bravamente resistem.

Com o Seu Arnoldo foi um caso de amor à primeira vista. Após se conhecerem, Tarrafa e o Grupo firmaram uma parceria que anima ainda mais a dança do boi e coloca na rua as tradições e histórias da gente de Itajaí. Na Marejada e em várias festas municipais pela região os dois grupos se apresentam e dão fôlego para que o Boi-de-Mamão siga forte e belo pelas estradas do futuro.

As apresentações do Tarrafa costumam emocionar crianças, adultos e idosos, que relembram ou que conhecem uma das tradições mais belas e divertidas da cultura litorânea. Como aconteceu em Brasília onde as “crianças do Seu Arnoldo” e o os peixeiros deslumbraram o público da Festa dos Estados, evento realizado no mês de julho de 2005, na Capital Federal e que reúne cultura, gastronomia e negócios de diversos Estados brasileiros.

Como diz o grupo: “Prepare-se!! O Som pexero tarrafiando a cultura litorânea e trazendo para sua mente uma linhada de cultura, regado com o caldo de peixe do Seu Arildo”.

PLANETA MÚSICA COM ORQUESTRA UDESC

No primeiro dia do congresso, à noite, acontece a apresentação da Orquestra da Udesc e a peça de teatro “Sonhos” com o Grupo Pesquisa Teatro Novo da UFSC. A Orquestra da Udesc apresentará o concerto didático “Planeta Música”, uma introdução à música erudita, sob coordenação do professor João Eduardo Titton, no Centro de Cultura e Eventos da UFSC, às 19h30.

O Projeto Orquestra UDESC teve início na década de 80 coordenada pelo Professor Soler. Atualmente ela conta com dezoito integrantes. A Orquestra tem como vocação apresentar concertos didáticos para formação de platéia, além de incentivar a criatividade de compositores e artistas do Estado de Santa Catarina como o Grupo Garapuvu (chorinho).

A Orquestra UDESC também vem se apresentando em diversos projetos culturais como:os projetos junto ao NEM (Núcleo de Educação Musical – UDESC), Museu Cruz e Souza dentro do “Projeto Escola no Museu”, Associação Coral de Florianópolis no CIC/2004, em diversas apresentações dentro do Programa UDESC MUSICAL que aconteceram no TAC/2005 e Projeto Orquestra nas Escolas/2006, onde a orquestra se apresentou para mais de 2.000 crianças da rede Estadual e Municipal em Florianópolis.

A Orquestra UDESC possui um repertório variado, que incluem músicas tradicionais para o desenvolvimento técnico e artístico de uma orquestra de cordas, bem como arranjos de músicas populares, sempre dando oportunidade a músicos qualificados.

Planeta Música é um concerto didático com a duração de aproximadamente 50 minutos, em que a Orquestra Udesc apresenta a origem dos instrumentos usados pelo grupo e seus sons, descreve o estilo e características da peças que serão interpretadas. Também comenta seus principais compositores e características, que destacam cada gênero musical dos períodos Barroco, Clássico, Romântico, Moderno e Contemporâneo, juntamente com a apresentação de uma peça de cada período. O concerto ainda possui uma projeção em Flash que ilustra o espetáculo.

Veja a programação completa do congresso em www.cbeu.ufsc.br

Fonte: [CW] DAC-PRCE-UFSC