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Na última sexta-feira, dia 15, o Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina (EMC/UFSC) prestou homenagem ao professor José João de Espíndola, que se aposenta neste mês, ao completar 70 anos. Com a participação do diretor do Centro Tecnológico, docentes e funcionários do EMC, foram celebrados os 43 anos de dedicação do professor às atividades de ensino, pesquisa e extensão na UFSC.

Natural de Florianópolis (SC), Espíndola formou-se em Engenharia Mecânica na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 1962. No ano seguinte, ingressou como professor da Escola de Engenharia Industrial, hoje Centro Tecnológico da UFSC, onde participou ativamente da estruturação dos cursos de graduação e pós-graduação em Engenharia Mecânica e fundou o Laboratório de Vibrações e Acústica (LVA). “Ele sempre lutou pelo que acredita, com determinação e lealdade a esta instituição”, afirmou Nelson Back, professor aposentado do EMC.

Espíndola foi um dos primeiros professores do CTC a cursar mestrado, concluído em 1967 na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). No início da década de 1970, foi para a Inglaterra, onde cursou o doutorado na Universidade de Southampton. Pesquisador da área de Vibrações, tem cerca de 50 trabalhos publicados em periódicos científicos, anais de congressos e livros. Além de ter participado de várias comissões internas da UFSC, foi consultor da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e

coordenador das engenharias mecânica, naval, aeroespacial e de produção da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Ao lado dos professores Caspar Erich Stemmer e Arno Blass, Espíndola é apontado pelos colegas como um dos responsáveis pela transformação da UFSC em referência na área de Engenharia Mecânica. “Espíndola foi fundamental para que a busca pela excelência, por muitas vezes ameaçada, se tornasse uma filosofia do EMC. Por isso ele deixa a impressão digital em cada página da história da Engenharia Mecânica na UFSC”, disse o professor Caspar Erich Stemmer, que aposentou-se em 2000.

Para o professor Arno Blass, também aposentado, a homenagem a Espíndola marcava a ruptura entre as gerações que formaram o EMC. “Hoje corta-se o cordão umbilical existente entre os fundadores e a nova geração de professores do Departamento, que agora trabalha com entusiasmo para consolidar nossa tradição na área.” O diretor do Centro Tecnológico, professor Júlio Felipe Szeremeta, agradeceu ao homenageado pelos 43 anos dedicados à instituição. “Neste momento, professor Espíndola, o senhor está sendo dispensado legalmente. Mas tenha certeza de que sua experiência e sabedoria jamais serão dispensadas”, afirmou.

Apesar da aposentadoria compulsória – os servidores públicos são obrigados a se aposentarem quando completam 70 anos –, Espíndola pretende continuar trabalhando, como professor voluntário. “Me aposento devido a um dispositivo burocrático, pois me considero em uma das fases mais produtivas e criativas de toda a minha vida”, disse. O professor aproveitou a oportunidade para manifestar sua paixão pela docência e pela engenharia. “A engenharia começa no abstrato, nos fundamentos matemáticos, e chega ao concreto, que pode ser uma máquina, uma usina, enfim, uma infinidade de criações. Ensinar é oferecer, distribuir conhecimento. Nasci para ser engenheiro e professor.”

Débora Horn