Galeria de Arte da UFSC mostra Esculturas/Objetos do artista plástico Paulo Damé.

Ateliê do artista - Paulo Damé
A Galeria de Arte da UFSC funciona no edifício do Centro de Convivência, no campus universitário. A exposição poderá ser vista de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h30min, até o dia 29 setembro. Contato: (48) 3331-9683 e pelo e-mail galeriadearte@dac.ufsc.br. Atividade gratuita, aberta à comunidade.
A mostra de Paulo Damé apresenta parte da produção do artista que contém dezenas de objetos/esculturas com dimensões que variam desde alguns centímetros até mais de um metro. São peças que fazem referência a objetos do cotidiano, onde o artista trabalha questões da não funcionalidade: “num mundo onde tudo serve para alguma coisa, felizmente algumas coisas não servem para nada”, completa, citando Paulo Leminski.
Ao falar das escultura/objetos, Pellegrin, outro artista plástico, diz que: “A anatomia destes objetos inventados por Damé convida ao tato. Pode reativar no corpo do observador a memória do uso, ao mesmo tempo que impossibilita a sua função. O uso se justifica apenas pelo valor da ação de usar. Imanta o objeto de um caráter abstrato que o desloca do mundo das coisas retirando a função que sempre o identificou”.
SOBRE O ARTISTA:
Paulo Damé é natural de Encruzilhada do Sul – RS, nascido em 1963. É professor de Escultura e Cerâmica na Universidade Federal de Pelotas/RS, desde 1993. Atualmente cursa o mestrado em Artes Visuais, área de Poéticas, na UDESC, em Florianópolis. Realizou várias exposições individuais e participou de inúmeras exposições coletivas, desde 1986, em diversas cidades de estados como Rio Grande do Sul, Paraná e Distrito Federal, e em Córdoba, na Argentina, na 5ª Bienal Latino Americana de Cerâmica Condorhuasi, em 1997. Recebeu prêmios em duas edições do Salão do Jovem Artista – RBS, em Porto Alegre-RS (1986 e 1996) e prêmio no Salão da Câmara Municipal, em Porto Alegre, também em 1996. Veja o site sobre o artista em www.terreno.baldio.nom.br/dame.htm
“SOB A PELE”, PELO ARTISTA PLÁSTICO PELLEGRIN:
Um olhar atento sobre as coisas do dia-a-dia deu nestes objetos. Um olhar que toca o mundo com tempo, com cuidado, decifra seus mecanismos e pode devolvê-los na arte.
As formas desenvolvidas por mãos que conhecem o métier, sem abusar desta garantia, orientadas por um olhar que rapta a inteligência das coisas e pode fazer com que se instaure novos olhares sob a aparência das coisas recriadas, indicam o universo de origem, mas antes que qualquer conclusão se efetue a alusão se transforma em ilusão. O que aponta é também o que nega. Desloca.
A anatomia destes objetos inventados convida ao tato. Pode reativar no corpo do observador a memória do uso, ao mesmo tempo que impossibilita a sua função. O uso se justifica apenas pelo valor da ação de usar. Imanta o objeto de um caráter abstrato que o desloca do mundo das coisas retirando a função que sempre o identificou.
Algo não muito claro se torna familiar. Algo reverbera no corpo do observador, quando diante destes objetos. Como um não-lugar, neles, estamos de passagem. O que nos conduz até eles é o que nos leva adiante deles.
Uma certa similaridade com objetos velhos conhecidos é a primeira impressão que nos move para a atenção. No segundo momento, é essa mesma similaridade que põe o pensamento em tensão, pois não há função a ser desempenhada.
Diante destes objetos é inevitável o sentimento de traição. O próximo, o habitual tão claro e evidente se desfaz ao fim do primeiro olhar. O que alude e garante uma intimidade que o hábito do uso permite pela proximidade, se nos faz estrangeiro ao negar (o uso, a função) para deixar explícito o corpo do objeto que se mostra, se dá a ver. Como um guarda-roupa que, esvaziado para mudança, revela espaços que perdemos durante o tempo de uso, aqui também as funções dão lugar para a apresentação da constituição do objeto. Podemos então descobrir o estranho imerso no fluxo do movimento diário. Mas esta experiência não é comum, assim como os objetos recriados não se entregam de todo, pois se movem entre a memória do que podem ser e o que são.
Pellegrin, Artista Plástico (Texto de apresentação da exposição “3d³” na Galeria Sete ao Cubo, Pelotas – 2003)
A Galeria de Arte da UFSC faz parte do DAC – Departamento Artístico Cultural / Pró-Reitoria de Cultura e Extensão / Universidade Federal de Santa Catarina.
E continuam abertas até 20 de setembro as inscrições para exposições na Galeria no primeiro semestre de 2007. Veja o regulamento em www.dac.ufsc.br.
SERVIÇO:
O QUÊ: Exposição de Esculturas/Objetos em madeira, mármore, bronze e cerâmica, do artista plástico Paulo Damé.
QUANDO: Abertura da visitação: dia 6 de setembro, quarta-feira. Encontro com o Artista: dia 13 de setembro, quarta-feira, às 17h30min .
VISITAÇÃO: De 6 a 29 de setembro, de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h30min.
ONDE: Galeria de Arte da UFSC, prédio do Centro de Convivência.
QUANTO: Gratuito, aberto ao público.
CONTATO: (48) 3331-9683 e galeriadearte@dac.ufsc.br –
EXPOSIÇÕES EM 2007: Continuam abertas as inscrições na Galeria.
Visite www.dac.ufsc.br
Fonte: [CW] DAC-PRCE-UFSC, com material do artista.