Tradutoras de Seráfita autografam nesta terça no Café Matisse

29/08/2006 14:22

O livro Seráfita, de Honoré de Balzac, desenvolve-se em sete capítulos e faz parte de Comédia Humana. Aqui Seráfita, a personagem principal, assume ora papel de homem ora papel de mulher, provocando estranhamento. Os personagens do convívio de Seráfita ficam simplesmente hipnotizados pela paz que o andrógino transmite.

A obra acaba de ser traduzida pelas professoras Carmen Lúcia C.L. Gerlach e Juliane Bürger dentro da Coleção Paideuma, criada pela Editora da UFSC (EdUFSC) para divulgar, em Língua Portuguesa, obras fundamentais da literatura universal. O romance filosófico Seráfita tem lançamento confirmado para o dia 29 de agosto, às 19 horas, no Café Matisse, que fica no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis.

As tradutoras foram ousadas. Empreenderam uma nova leitura do romance, lançando mão de termos mais coloquiais, facilitando a leitura. Carmen e Juliane publicaram recentemente, também pela EdUFSC, Cartas de juventude, de Antoine de Saint-Exupéry.

Depois de se aposentar na UFSC, onde lecionava a disciplina de Letras, Literatura e Língua Francesa, a professora Carmen Lúcia Cruz Lima Gerlach passou a dedicar-se a traduções literárias. Pela EdUFSC publicou em 1999 Madame Hermet e outros contos fantásticos, de Guy de Maupassant, ganhador do Prêmio Boi-de-Mamão. Juliane Bürger, doutoranda em Literatura Francesa, é professora e atua como tradutora de língua francesa.

Conforme sublinham as tradutoras, reforçando o talento incomparável de Balzac, Seráfita enquadra-se nos chamados Estudos Filosóficos, que abarcam o místico, a religiosidade e a metafísica. Seráfita, portanto, “além de um interessante romance”, é um “ensaio filosófico”, como o classifica Bachelard na Poética do Devaneio. Balzac dedicou a sua vida a escrever Comédia Humana, que soma 91 livros publicados dos 137 previstos pelo autor. Entre as suas obras, destacam-se, entre outros, Ilusões perdidas, Prima Bête, A mulher de trinta anos e Seráfita, “esse ser andrógino iluminado”, que, tudo indica, ser um anjo.

Em síntese, nas palavras das tradutoras, “a história de Seráfita, finalizada a pedido da Senhora Eveline de Hanska, grande amor de Balzac, passa-se na Noruega, durante um de seus mais rigorosos invernos. Um ambiente muito particular reina neste romance, no qual a humanidade está personificada na misteriosa androginia de Seráfito/Seráfita”.

Com Seráfita Balzac persegue a libertação material e promove a busca do homem por seu elo com o universo.

Seráfita

Honoré de Balzac

Carmen Lúcia Cruz Lima Gerlach

e Juliane Bürger (tradutoras)

EdUFSC – Coleção Paideuma

188 p. R$ 25,00

Fonte: Editora da UFSC