Projeto 12:30 recebe circuito instrumental universitário na Concha Acústica

Quatro a Zero e Joel Nascimento
Considerado por muitos o maior intérprete vivo do choro, Joel Silveira é um renovador dentro do universo do bandolim, pois suas interpretações marcam a ruptura com o tradicional padrão rígido do instrumento. Grande improvisador, tem vários discos gravados e já tocou ao lado de nomes como Paulinho da Viola, Waldir Azevedo, da Orquestra Sinfônica Brasileira e da Orquestra de Câmera de Blumenau.
Talento consagrado da velha guarda e solista de projeção nacional, Silveira, de 69 anos, contrapõe-se em idade aos jovens instrumentistas do Quatro a Zero. Formado por Daniel Muller – piano, 26 anos, Danilo Penteado – baixo e cavaquinho, 23 anos, Eduardo Lobo – guitarra e violão de 7 cordas, 25 anos e Lucas da Rosa – bateria e percussão, 27 anos, o quarteto ganhou prestígio nacional ao apresentar uma proposta moderna de releitura do choro, fundamentada em pesquisas estéticas, com transposição da linguagem e estrutura do choro para formação instrumental diferenciada, que procura orientar seus trabalhos numa perspectiva de diálogo constante com a história da música popular em nosso país, em especial, no que tange ao universo do choro. Em 2004, obteve o segundo lugar no Prêmio Visa de Música Brasileira e, em 2005, excursionou com o Projeto Pixinguinha, da FUNARTE, patrocinado pela Petrobrás.
O Circuito Instrumental Universitário, que é patrocinado pela Petrobras, visa estimular o gosto pela música instrumental brasileira, em especial a linguagem do choro, ampliando horizontes estéticos e contribuindo para a formação de platéias para o gênero. “Queremos apresentar (ou reapresentar) a esses jovens a capacidade infindável de improvisação dos grupos de chorões, mas de uma forma moderna”, conta Newton Gmurczyk, da Almanaque Projetos Culturais, idealizador do Circuito Universitário.
Iniciado em maio e com agenda até julho, o Circuito Instrumental Universitário conta com uma programação de 15 shows agendados para universidades públicas federais de diversas estados brasileiros, como Bahia, Alagoas, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, etc. Esta apresentação em Florianópolis será a única em Santa Catarina.
O Choro
Quem nunca se emocionou ouvindo um chorinho? O termo choro se deve aos sons graves das melodias feitas no violão por músicos que se exercitavam a partir das passagens de polcas que lhes transmitiam os tocadores de cavaquinhos – esse som induzia a uma sensação de melancolia. Essa melodia chorosa é considerada uma das primeiras músicas urbanas, tipicamente brasileira. Nasceu da improvisação e da adaptação dada pelos músicos ao interpretar ritmos estrangeiros como polcas e xotes, por volta de 1870.
Nessa época, os músicos tinham sempre uma primeira atividade e se dedicavam à música apenas depois do expediente – funcionários de repartições públicas, operários têxteis, do comércio ou instrumentistas das bandas militares. Pessoas simples que trabalhavam durante o dia e tocavam à noite por puro prazer. Os chorões eram os típicos boêmios. O músico popular tocava a música importada de seu jeito e foi isso o que a distinguiu rapidamente da música que era consumida em salões e bailes da alta sociedade. Síncopes e quebras eram freqüentemente inseridos nas melodias, o que se tornaria a estrutura básica do choro.
Aliás, a improvisação e a disputa eram elementos sempre presentes nesse gênero musical. Os grupos de músicos, muitas vezes, eram cercados por torcedores desses “duelos”, que aplaudiam e faziam coro sempre que um chorão conseguia se safar de uma “engasgada”. Os chorões faziam, propositalmente, acordes complicados para “derrubar” os outros músicos. Assim, duas habilidades eram imprescindíveis: percepção para os improvisos e o domínio e a intimidade com o instrumento.
O choro consagrou nomes como Joaquim Antonio Calado (Flor Amorosa), Ernesto Nazareth (Oden, Apanhei-te Cavaquinho), Chiquinha Gonzaga (Atraente, Lua Branca), Patapio Silva (flauta), o mestre de banda Anacleto de Medeiros , o pianista paulista Zequinha de Abreu (Tico – tico no Fubá) e o violonista e compositor João Pernambuco (Sons de Carrilhões). Também Pixinguinha que era tenor, compositor, arranjador, saxofonista e flautista (Carinhoso, Lamentos, 1X0, Ainda me recordo, Naquele tempo, Vou vivendo e Marreco quer água). Além desses, Turunas Pernambucanos, Bonfiglio de Oliveira (pistão), Luiz Americano (clarinete), Abel Ferreira (saxofone), Altamiro Carrilho (flauta transversal), Waldir Azevedo (cavaquinho), Garoto (multi – instrumentista), Luperce Miranda, Jacob do Bandolim e Joel Nascimento (bandolim). E outros tantos nomes que não caberiam nesse release.
Sobre o Projeto 12:30 na UFSC
O Projeto 12:30, nas versões Ao Ar Livre e Acústico, é realizado pelo DAC (Departamento Artístico Cultural), da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da UFSC, e apresenta semanalmente, Ao Ar Livre na Concha Acústica, atrações de cunho cultural, grupos de música, dança e teatro. As apresentações do Acústico deverão acontecer quinzenalmente no Teatro da UFSC. Artistas interessados em participar devem entrar em contato com o DAC através dos telefones (48) 3331-9348 e 3331-9447 ou por e-mail, enviando mensagem para projeto1230@dac.ufsc.br.
SERVIÇO:
O QUÊ: Circuito Instrumental Universitário, com Quatro a Zero Choro Elétrico e Joel Silveira
ONDE: Projeto 12:30, na Concha Acústica da UFSC
QUANDO: Dia 07 de junho de 2006, quarta-feira, às 12h30
QUANTO: Gratuito e aberto ao público
PROGRAMA: Chorinho
Fonte: [CW] e Renan Fagundes – acadêmico universitário
Assessoria de Imprensa do Projeto 12:30, com material da produtora do Circuito Instrumental Universitário.
DAC – Departamento Artístico Cultural da UFSC
(48) 3331-9348 / 3331-9447 – www.dac.ufsc.br
Sobre o Circuito Instrumental Universitário, para mais informações para imprensa, imagens dos músicos e trechos de músicas em mp3:
(11) 3676.1264
Betina Piva – betinapiva@uol.com.br
Celular: 9464.2098
Claudia Corbett – claudiacorbett@uol.com.br
Celular: 8507.2113