Abre nesta terça-feira, dia 20 de junho, às 19h, na Galeria de Arte da UFSC, a exposição interativa “Universos: articulações visíveis”, vídeo instalação da artista plástica Eny Schuch e do músico Rafael de Oliveira, com assessoria técnica do arquiteto Jorge Aragão, artistas de Porto Alegre. Um pouco antes, às 18h haverá o “Encontro com o Artista”, momento em que os artistas falarão das suas trajetórias e do processo criativo da obra de arte exposta, num bate papo para artistas, professores, estudantes e público interessado em geral. Este é o primeiro trabalho deste grupo assim constituído: uma artista plástica, um músico e um arquiteto.
A Galeria de Arte da UFSC funciona no edifício do Centro de Convivência, no campus universitário. A exposição poderá ser vista de segunda a sexta-feira, das 10 às 18h30, até o dia 7 de julho.
Contato: (48) 3331-9683 e pelo e-mail galeriadearte@dac.ufsc.br. Atividade gratuita, aberta à comunidade.
A exposição apresenta uma vídeo-instalação interativa denominada “Universos: articulações visíveis”, na qual o espectador/usuário pode interferir no sentido da obra a partir do mouse como dispositivo de manipulação de dados. Assim, diante de projetor multimídia, computador, amplificador e caixas de som, o visitante/usuário está convidado a interagir nas seqüências de imagens que lhe são oferecidas, nas quais pode navegar pelos links, muitas vezes randômicos, num misto de jogo e construção de sentido.
Uma participação onde não existe acerto ou erro, pois a experiência perceptiva pessoal em tempo real é o tópico. No vídeo-interativo, os usuários determinam a duração da obra, ou seja, o tempo de interação que cada um se dispõe a dar para a descoberta do funcionamento do trabalho.
A montagem da exposição envolve uma multiplicação da projeção das imagens por reflexão e transparência, com o intuito de propiciar a sensação de imersão no espaço criado com a vídeo-instalação.
Sobre os artistas
Eny Schuch vem desenvolvendo seu trabalho em artes visuais desde os anos oitenta, quando iniciou trabalhando na área de escultura. Seu contato com a tecnologia digital iniciou nos anos 90, quando direcionou sua busca de aprofundamento nesta área cursando mestrado em Comunicação Social na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, e posteriormente doutorado em Informática na Educação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Sua pesquisa está voltada para a hibridação das artes visuais com a tecnologia digital.
Desde 1994 é professora do Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes da UFRGS, onde atua na Graduação com as disciplinas de Infografia I, Infografia II e Projeto de Graduação. Reside em Porto Alegre.
Rafael de Oliveira é músico e aluno da graduação do Departamento de Música do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde tem participado de projetos de extensão e pesquisa no Centro de Música Eletrônica. Tem realizado trabalhos em parceria com a área de artes visuais, visando à interação entre o som e a imagem videográfica.
Trabalho pensado em grupo, segundo os artistas:
Cada grupo que se forma tece aproximações, focos e articulações que vão sendo descobertas/criadas aos poucos; conosco não foi diferente. Este trabalho coletivo está entremeado de ponderações técnicas e entrecruzamentos de imaginários que por si só configuram uma lógica própria.
O processo de intersecção das áreas afins, artes visuais, música e arquitetura, está alicerçado na sondagem de limites e potenciais da hibridação imagem/ som/ espaço.
Lucramos a otimização dos equipamentos através da multiplicação das imagens por reflexão e transparência durante a projeção, numa tentativa de propiciar a imersão no espaço criado com a vídeo-instalação.
A produção videográfica, quanto à edição propriamente dita, envolveu apropriação de arquivos de outros, antes de tudo parceiros, que foram generosos ao disponibilizar algumas imagens em movimento ou fixas. A montagem de quase sobras de capturas banais do cotidiano, fragmentos perceptivos, intentava a elaboração do pensamento e o reordenamento de sensações, a partir de imagens já conhecidas justapostas/ confrontadas/ aliadas a novas sondagens de universos com a câmera.
O espessamento da imagem, sua turbidez e baixa resolução, fazem parte do processo de citações parciais e intermitentes para desvelar sensações de descontinuidade que se intensificam ou diluem na inter-relação com o som no espaço.
Articulações visíveis, segundo a artista e professora Teresa Poester:
“A instalação articula som, imagem e espaço, de modo a criar diferentes ritmos. O observador, ao clicar as imagens, pode transformar o trabalho durante a sua projeção, quebrar o compasso em andamento, modificar a seqüência, abrir possibilidades de leitura, articular novos movimentos.
Neste recital a três, Eny Schuch cria e manuseia as imagens virtuais, o jovem músico Rafael Oliveira articula o som e o arquiteto Jorge Aragão trabalha na concepção técnica de um aparato que possa projetar o trabalho no espaço da sala. A instalação é interativa desde a concepção compartilhada pelo grupo até a interação com o espaço da Galeria de Arte da UFSC e, finalmente, a participação do observador.
Elevadores são caixas de botões, claustrofóbicos, apertados, coletivos e interativos. Mas, mais do que metáfora de espaço, o motivo funciona aqui como textura visual e confere a unidade formal e semântica que vem sendo marcante nos vídeos de Eny Schuch.
As imagens, vislumbradas entre abrir e fechar de portas, são paisagens frontais que deslizam no sentido vertical da tela, entrecortadas por linhas horizontais, e criam uma rede ortogonal em permanente movimento. Elevadores como lugares de passagem. Difícil fugir de referências da história da pintura. Difícil, neste caso, não falar das grades de Mondrian que seguem a geometria ortogonal dos paisagistas do século XVII. Não lembrar ainda que a paisagem, como motivo, proporciona a abstração na pintura do século XX e que, neste processo de abstração, a música tem importância fundamental. Sabe-se que os primeiros abstratos, como Kandinsky e Paul Klee, foram músicos e que a trajetória de certos pintores do período tem paralelismo nítido com compositores modernos. Se o ritmo na pintura de paisagem é dado pela articulação entre horizontais e verticais, nesta instalação, a este ritmo se somam ainda imagem, som e movimento. O espaço vazio e o silêncio são suportes para a ação, convite à participação dos visitantes.” (Porto Alegre, 12 de junho de 2006. Teresa Poester é Artista Plástica, Professora de desenho do IA-UFRGS, Doutora em Artes- Universidade de Paris 1).
A Galeria de Arte da UFSC faz parte do DAC – Departamento Artístico Cultural / Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da UFSC.
SERVIÇO:
O QUÊ: Exposição interativa com vídeo-instalação “Universos: articulações visíveis”, com a artista plástica Eny Schuch e o músico Rafael de Oliveira, com assessoria técnica do arquiteto Jorge Aragão, grupo de Porto Alegre.
QUANDO: Dia 20 de junho, terça-feira, às 18h00 Encontro com o Artista e às 19h00 Vernissage.
ONDE: Galeria de Arte da UFSC, prédio do Centro de Convivência.
Visitação: de segunda a sexta-feira, das 10 às 18h30 até 07 de julho.
Gratuito, aberto ao público.
CONTATO: (48) 3331-9683 e galeriadearte@dac.ufsc.br – Visite www.dac.ufsc.br
Fonte: [CW] DAC-PRCE-UFSC, com material dos artistas.